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Contos-->O tele-transporte atômico -- 28/04/2003 - 10:56 (Tobby Teófilo Teobaldo Túlio Tyler) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Não é de hoje que Aprígio sonha em revolucionar o mundo. Certa vez tinha me dito que havia encontrado a solução definitiva para a calvície. Num laboratório improvisado no fundo de sua casa, misturou um monte de ervas com uma solução à base de cerveja. Isso mesmo, cerveja. Perguntei-lhe se aquilo servia para tomar ou era para passar no cabelo. Fulo da vida, pediu-me, com a gentileza que lhe era peculiar, para sair do seu "laboratório", porque aquela era um experiência séria, feita para ajudar principalmente os homens a superar o trauma da alopecia.

Passado algum tempo, indaguei a Aprígio sobre o seu projeto de transformação dos carecas reluzente em hippies cabeludos. Ele me disse que não estava mais interessado naquela experiência, pois agora todas as suas forças e seus parcos recursos estavam voltados única e exclusivamente para a concretização de um antigo sonho: a construção de um meio de locomoção que dispensasse combustível, rodas, asas ou trilhos; e que fosse capaz de levar uma pessoa ou um objeto a qualquer lugar do mundo em apenas uma fração de segundos.

Quando ele me veio com essa história, pensei cá comigo: ops, acho que dessa vez o Aprígio enlouqueceu de vez. Mostrando-me croquis e maquetes, lá estava ele a pedir sigilo absoluto por aquela descoberta fantástica. Em troca do silêncio, prometeu-me sociedade, garantindo que o retorno do seu invento era certo e imediato.

Não entendi muito bem como aquilo, batizado por ele de "tele-transporte atômico" iria funcionar. Só entendi que causaria o maior estrago na indústria petrolífera. E as vantagens também eram muitas segundo nosso inventor. Lembro-me de algumas delas: o fim dos engarrafamentos nas cidade, da poluição atmosférica, dos atropelamentos, dos pedágios rodoviários (e da polícia rodoviária também), dos assaltos nos sinais vermelhos, dentre outras inúmeras coisas.

Perguntei-lhe se seu invento não iria desempregar um bocado de gente, dentre as quais os metalúrgicos, os motoristas de ônibus, os executivos das mutinacionais de petróleo, os carteiros, os meninos-limpadores-de-para-brisas etc.

Ele então olhou fixo pra mim e, com lágrimas nos olhos, respondeu: pôxa, não havia pensado nisso antes. Imediatamente recolheu seus croquis e maquetes e acompanhou-me até a porta de sua casa, desejando-me uma boa noite.

Já do lado de fora, ouvi o barulho provocado pela destruição de seu mais novo projeto e, ao mesmo tempo, do seu mais antigo sonho: tornar-se rico o suficiente para poder fazer côrte a bela atriz global. Saí dali apressadamente, com medo de que algum pedaço de maquete sobrasse para mim. Algumas semanas depois o encontrei (para variar em um super-mercado), dizendo que havia desistido de tudo e que, dali a três dias, iria lutar na guerra do Iraque contra a coalisão liderada pelos EEUU.

Disse também que não iria só. Ia levar consigo, para alívio meu, o seu primo Zé da Banguela, que era um excelente motorista de caminhão desempregado. Ah, agora começo a entender porque Aprígio desistiu, de uma hora para outra, do ousado "TTA". Ou será que ele levará seu primo à guerra somente para se vingar pelo fim prematuro do seu projeto? Pois é, vai entender como funciona a cabeça de Aprígio só lá no Iraque.
¨
// Conto extraído da novela "A Saga de Aprígio", de autoria deste autor, publicado na seção "Artigos"
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