Os bens de que dependemos,
P ra vida espiritual,
Somos nós quem os fazemos,
Evitando qualquer mal.
Se tivermos esperança,
Saberemos, com certeza,
Que o resultado da andança
Chegará à realeza.
Não iremos terminar
Uma série de versinhos,
Somente p ra demonstrar
Que não estamos sozinhos.
Será precioso este dia?
Teremos grande sucesso?
Trar-nos-á muita alegria?
Será causa de progresso?
Eis-nos aqui, novamente,
Com tais perguntas de praxe.;
Perceberá o escrevente
Ou talvez o bem não ache?
Deixemos por hora assim,
Imperfeitos e incompletos,
Para dar curso outro dia,
Com alguns termos seletos.
Quase nunca a melodia
Que se canta em nossos versos
Tem o sabor da alegria,
Mas paladares diversos.
Eis aí outra quadrinha
Excelente p ra deixar
Que se complete outro dia,
Com termo que vá rimar.
Estamos perdendo tempo,
Repetindo os mesmos versos.;
Quem sabe mude de assunto,
Com temas menos perversos.
Sinto muitíssimo amigo
Não ter mais o que fazer,
Senão daria um jeitinho,
Para lhe satisfazer.
São bem fracas estas rimas...
O dia transcorre calmo...
Veja os exemplos acima
Que não se espelham em salmo...
Que terrível tal façanha
De rimar “calmo” com “salmo”!
Nem, pelo menos, arranha:
Se medir, não dá um palmo.
Põe-se a rir nosso irmãozinho
Tendo em vista este dilema:
Ou fica aqui bem quietinho,
Ou procura um outro tema.
Sabemos bem, de antemão,
Que tudo tem o seu dia:
Já ouvi muito sermão
Que não me deu alegria.
Somente estou esperando
A ordem de me afastar,
Pois acredito que agora
As quadras são de amargar!
Ou tal história é bem outra,
Distante de nossa mente,
Pois tudo agora parece
Bem contrário ao escrevente.
Então, que fique bem claro
Que não viemos brincar,
Porque era nossa intenção
Tão-somente auxiliar.
Tão longe está aquel dia
Que começamos as rimas.;
Tudo agora está mudado,
A começar pelos climas.
Nem por isso conseguimos
Melhorar o desempenho,
Pois estamos esperando
Que nos desanquem o lenho.
— Bom dia, querido amigo,
Já é hora de partir.;
Não se desgoste comigo,
Escrevente Wladimir!
Bem sabemos com que birra
O mestre fica a sorrir
Desta facécia de agora,
Que vai ter de corrigir.
Eis aqui que o desafio
Já está quase vencido.;
Permanece por um fio
Chegar alguém conhecido.
Não precisamos prender
Nosso amigo nesta quadra:
Poderá ele trazer
Versinhos de sua lavra.
— Belos os versos de agora! —,
Poder-se-á proclamar.;
Porém, basta algum juízo,
P ra tudo repudiar.
Mas que sobre a despedida
Como algo de valor,
Para dar à nossa vida
Mais carinho e mais amor.
Ao Senhor agradecemos
A assistência deste dia,
E a Jesus nós prometemos
Melhorar a melodia.
Ao caríssimo irmão nosso,
Que escreve tão de repente,
Aceite tais cumprimentos
E os abraços desta gente.
Raramente concordamos
Em nos expor ao ridículo,
Mas hoje desafiamos
A sair deste cubículo.
Eis aí, meu bom amigo,
No que deu a fantasia.;
Quiseram mexer comigo,
Entraram em grande “fria”!
Se ficar mais um pouquinho
Demonstrarei, com certeza,
Que sei fazer um versinho,
Até com certa destreza.
São fáceis as minhas rimas,
Conhecidas e vulgares.;
Entretanto, é bem preciso
Que não freqüentem os bares.
Nós não temos preconceitos,
Nem restringimos lugares,
Mas, p ra que fossem perfeitos,
Os versos se deram ares...
Estamos aborrecidos
Perante a triste borrasca:
São os versos envolvidos
Por funesta e grossa casca.
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