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Cronicas-->Malas para Jane -- 26/12/2002 - 17:08 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Passagem comprada, mãe avisada, só falta aprontar as malas para o grande dia. Depois de amanhã Jane iniciará a realização de seu grande sonho. Viajar para a Europa onde pretende circular se apresentando como estátua de rua. Esta é a grande meta. Inicialmente, espera rever Herbert, seu namorado que seguiu na frente. Ela já avisou quando chega e disse que não quer conhecer nenhuma Karinana. Ele que a despache logo, se quiser realmente encontrar Jane. Se não, melhor nem ir ao aeroporto.

Jane não tem medo. Se precisar ir atrás de seu sonho só, ela vai. Às vezes pensa se não seria melhor, mais livre, quem sabe acabe conhecendo um bailarino russo que possa ajudá-la com as coreografias.

Não importa, o importante é que ela vai. A questão agora é selecionar o que levar. Tantas idéias, tanto material que ela vem coletando há tanto tempo e só duas malas. Vai ter que optar. Afinal, a vida é feita de opções.

Primeiro a roupa do corpo. Não pode chegar assim com uma mão na frente e outra atrás. Ou uma em cima e outra embaixo. Bem, só o trivial. São dez blusinhas, cinco tops e três casacos. Três calças jeans de cintura baixa e duas de cintura alta. Três vestidos e duas saias. Nunca se sabe como está a moda em cada país e, pelo menos no início ela não poderá comprar roupas. Dois pares de luvas, meias e roupas íntimas. Que roupas? As normais, deixem a intimidade da moça. Cinco pares de sapatos e três chinelos. Uma ou duas botas e dois casacões, sendo um de pele sintética. Com este ela pensa fazer um protesto contra a Gisele. Na Europa neva muito durante o inverno e ela não pode ser pega desprevenida.

Bem agora as coreografias. Ela preparou sete, mas decidiu levar apenas três. Depois, sua mãe envia as outras. A "Estátua da Liberdade após 11 de setembro" é simples. Apenas um vestido, mas é muito comum. A menos da lágrima pelo 11 de setembro, se encontram estátuas da liberdade nas praças de qualquer metrópole. Não, Jane quer arrasar, melhor levar a "Salvem a Amazónia, seus botos, suas árvores". Esta é um pouco mais elaborada, pois nela, Jane se transfigura numa legítima árvore amazónica e, como na outra, uma lágrima escorre pelo rosto a cada 10 minutos. Para compor, há uma fantasia de boto que deve ser usada por Herbert. Por último, talvez leve uma bem chocante alusiva às chacinas nos presídios brasileiros. Por certo há de chocar os europeus e arrecadar muitos donativos. Nesta ela está maltrapilha atrás das grades, com uma lágrima no rosto, estendendo uma caneca para os donativos. No pé, como num rodapé de página, uma placa com alguma alusão aos direitos humanos. No avião ela pensa na frase. Para cada pose ela leva imãs de geladeira para venda. Jane está inovando o negócio de estátua de rua. Há que maximizar as receitas aproveitando todo o potencial do negócio. Vai fazer um teste com os imãs, já tem outras idéias na cabeça.

Mal pode esperar para contar a Herbert.


Escrito em 30.11.2002
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