IESB
ENTREVISTA – Prof. João Ferreira
1- Professor João Ferreira: conte-nos um pouquinho sobre sua vida profissional.
Sou professor universitário em Brasília, desde 1968, e como tal desenvolvo as atividades de ensino, de pesquisa, de autor de textos e de divulgação de de livros além de cumprir atividades de extensão junto de comunidades universitárias e da sociedade em geral. Como docente procuro colocar nas atividades de transmissão de conhecimentos e de aprendizagem minhas melhores energias.
2 – Conte-nos um pouquinho sobre sua vida como escritor e poeta.
Gosto de ler e escrever. Esse gosto me levou a escrever alguns livros de teor acadêmico nas áreas de Letras e Filosofia. Minha tese de doutorado foi sobre o filósofo português Pedro Hispano e a monografia escrita por ocasião de meu pós-doutorado em Portugal em 1993 foi sobre A Questão do pré-modernismo na Literatura Portuguesa. Em 2008 publiquei o livro Reaprender a olhar que é um livro de crônicas que trata das relações entre homem e mulher na sociedade contemporânea.Como Poeta, publiquei o livro “A alma das coisas” em 2004 e tenho hospedados na Internet cerca de 700 poemas. Tenho muitos ensaios, artigos, e crônicas na Internet e muitos artigos de filosofia e de crítica literária publicados em revistas científicas.
3 - Nos últimos 10 anos quantos livros o senhor publicou?
Fui coordenador de tradução e um dos tradutores do Dicionário de Política de Norberto Bobbio e tradutor de As Ideologias e o poder em crise do mesmo autor Norberto Bobbio, editados pela UnB. Livros em sentido rigoroso tenho poucos. Publiquei parte da minha tese de doutorado, um livro sobre o Problema da Filosofia Portuguesa, um livro sobre A questão do Pré-Modernismo na Literatura Portuguesa, Reaprender a Olhar e Uaná, narrativa africana, cuja edição foi preparada pela editora Cultur e financiada pelo FAC do DF. Mas tenho mais de 60 comunicações apresentadas em congressos nacionais e internacionais e mais de 200 artigos publicados em revistas, periódicos, coletâneas e atas e anais de congressos.
4 – É bom viver?
Amo a vida. Entendo a vida como um dom que temos de descobrir. Viver é viajar,é estar a caminho do descobrimento de nós mesmos e do aperfeiçoamento de nossas relações com o mundo e com as coisas. Como dizia Guimarães Rosa “Viver é muito perigoso”. Isso significa para mim que viver é um desafio que nos coloca entre a elevação e a degradação, entre a realização e o fracasso. Buscar um equilíbrio de visão de vida é o segredo da existência humana. Ter cabeça limpa, saber analisar e tratar com sabedoria nossas dificuldades e descomplicar nossos obstáculos é a melhor forma de encontrarmos um caminho para termos nossa própria alegria de viver.
5 – Qual o segredo para se viver bem?
Não sei se há propriamente um segredo para se viver bem. Talvez seja mais certo dizer que há muitos segredos que a vida nos vai revelando. Importante é que cada pessoa encontre e defina uma atitude de busca e de aprofundamento de seu sentido de existência. Quando somos sinceros e buscamos com simplicidade e humildade nosso caminho, a vida torna-se uma atividade prazerosa. Somos um pequeno grão de areia na poeira universal do cosmo. Não cabe orgulho, nem prepotência, nem imbecilidade. Cabe tranqüilidade e aplicação e participação. Somos caminheiros. Há que aprender o segredo de viajar, a sós e em sociedade. Uma coisa e outra são necessárias. Não perder o sentido da transcendência e da sublimidade profunda do mistério da vida – eis a questão!
Brasília 10 de maio de 2010
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