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Poesias-->BAIXA IMUNIDADE -- 26/09/2003 - 00:12 (Elane Tomich) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




BAIXA IMUNIDADE







Elane Tomich







Era noite e quase nada



Um rasgo de sinfonia



escutava o que eu dizia.







"De nada", falou-me a jornada



quando eu disse "obrigada"



por encontrar minha chegada



na fonte recém-nascida



do sonho de te encontrar.







Fronteira menor não havia,



manto de espelho d água



divisória, quase ar,



liberdade dividida



entre o sono e a vigília.







Ali, em mim tu existias



na encruzilhada das mágoas,



ponto em que a dor morria.







Perto, num estio se abria



teu jeito de me querer,



na boca da noite, ironia,



teu jeito de não dizer.







Estava estranha a estrada!...



Ventania alucinada,



não varrera tuas pegadas



teu cheiro, tua mordida



em minha amora escondida



sob dois bicos de seios.







Do meu fazer a labuta



era tua e a fruta



que havia mais saborosa,



meu corpo te oferecia.







Tua paixão de pimenta,



a mais vermelha e cheirosa



hálito de vinho e menta.







Sorria em mim teu jeito,



tocando-me sem receios



como se a bico de pena



escrevesses tua prosa



da tua toada em poemas



traçando rotas sem lemas



despetalando-me a rosa



na pele, dos poros a prosa.







Desacato aos meus dilemas,



esquadrinhavas o amor,



pisando no falso teorema



de armadilhas sem trilhas



com tuas solas de aço,



redesenhando meu traço



na linha calma da alma.







Tenho pouca imunidade



ao comando da tua voz.



Em águas quentes derramo



meu rio de muitas vontades,



que inventei porque te amo.







O que posso na verdade



quebra-se vaga de amor



minha espuma em tua foz!















ICQ : 305220647

http://www.elanetomich.com.br





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