Oh... Bunda com abundância
Santinho... É no Brasil
Diz-se em calão... É baril
É quem mais come à ganância
E até se faz jactância
De ser por roliça bunda
Que o intestino se inunda
De aprazível licor
Por dinheiro ou por amor
Endireita-se um corcunda
É na bunda que se afunda
A exacta precisão
Dos filhotes que não são
De vir à tona imunda
Da farsa assaz profunda
Deste mundo poluído
Que inverteu o sentido
À própria natureza
Onde a bunda é concerteza
O produto mais vendido
Veja-se o nojo encardido
Que se espalhou em Lisboa
Um vómito que atordoa
Quem andar desprevenido
Ímpio caso ocorrido
Na Casa Pia velhinha
Que pôs decerto a rainha
Às voltas em seu caixão
Porque bichos de estadão
Nem pouparam criancinha
Mas bunda... Bela bundinha
Como flor abanando
Com a tentação sambando
Apetitosa e fresquinha
Buraquinho que adivinha
O céu em louca fragância
Mesmo apesar da distância
Vale a pena ir ao Brasil
Onde há mil vezes mil
Oh... Bunda com abundância!...