Oh, céus! Deixem-me sonhar,
Pois é assim que eu vivo,
Entre pérolas de amor
Ou espinhos de dor!
Eu tenho a alma leve,
E faço dos meus versos
O canto maior da minha vida!
Tenho na esperança a prometida
Luz para essas folhas dispersas...
E sinto ser esse o caminho,
Por vezes de tão difícil acesso...
Para levar avante esse meu sonho
Sigo essa estrada, sentindo os espinhos,
Os escarpados montes,
Cruzando os rios pelas toscas pontes...
Mas, eu não quero parar!
Que sabor terei, quando, mais tarde
Perceber, que na luta fui covarde,
E que, para não sofrer eu deixei de viver?!
Quando sabemos que, viver,
É saborear a dor e o prazer...
É deixar-se envolver com naturalidade
Pelos menores acontecimentos,
Seja de ilusão ou vaidade,
Entrar bem fundo na extrema verdade
Sabendo que, a qualquer momento,
Alcançará o interior do sentimento.
Então, como será prazeroso
Poder cantar com a alma inteira,
Saber que, lutando, alcancei a fronteira
Entre a realidade e a eternidade!
Sentir que sonhar é transcender o real,
Percorrer o arco-iris e se envolver na luz!
É seguir essa estrela para um mundo formoso!!!
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