POEMA NUMA NOITE TRISTE
(para Augusto Souto)
É quase dia...
tua voz ainda ressoa
aos meus ouvidos,
tuas palavras ainda
ferem meu coração
que, triste, chora
em segredo...
Lágrimas rolam
furtivamente em meu
rosto,
meu ser explode em
agonia,
e meu peito, opresso,
extertora em vai-e-vens
de saudade...
Ante a realidade
que se apresenta,
a minha mente nega
a verdade e os meus
olhos fingem não ver...
o meu corpo recusa
compreender o que só
a vida faz acontecer,
e tu – medrosamente! cego! –
finges não entender
o amar-te
loucamente,
querer-te
sinceramente,
e esperar-te
infinitamente
|