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Artigos-->Arme e Efetue. Lembrança de Bons Tempos -- 06/05/2002 - 10:49 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Arme e Efetue



Esta frase, para os mais antigos, traz boas recordações. Lembranças do tempo em que a educação fundamental, de boa qualidade, era garantida pelo Estado. A frase encabeçava todas as páginas do dia a dia do caderno de matemática. Sim, era isso mesmo. Tínhamos dois cadernos para essa matéria. No primeiro, o registro das questões teóricas. As fórmulas, os princípios, os fundamentos, enfim. O segundo para os exercícios. A prática. No início eram as contas. Daí a frase “Arme e Efetue”. Depois, e à medida que íamos avançando, o caderno passava a servir para os problemas mais “complexos”, que versavam sobre frações ordinárias, regra de três, porcentagem, sistema decimal e, tudo isso, com direito à prova dos nove que a garotada achava o máximo. Tudo isso para dizer que naquela época os problemas eram tratados com método , com lógica, com dedicação e com responsabilidade. E melhor ainda, todos eles tinham soluções.



Diferente de hoje. É certo que os problemas são de outra ordem. São mais complexos. Mas, por outro lado, nós também crescemos. Estamos mais experientes. Estudamos mais um pouco. E, por tudo isso, não vejo desculpas para que nossos problemas não tenham soluções. Só posso atribuir este fato às pessoas, principalmente alguns políticos e governantes que, tudo indica, ou não gostam de matemática, ou só aprenderam a armar e a equaciona-los, mas não sabem efetuar, resolver, apresentar a solução.



E este “paradoxo tecnológico” surpreende justamente porque acontece na medida em que avançamos em relação ao desenvolvimento científico e tecnológico. E os problemas antigos, armados e equacionados, no lugar de serem resolvidos, diante do manancial de instrumentos, métodos e recursos colocados à disposição dos planejadores, vão se acumulando, como que resultado de uma incompreensível indiferença ou desconhecimento da realidade, que surge e que avança no tempo. Primeiro, as máquinas de datilografia elétricas, com esfera e com memória; logo em seguida, as calculadoras eletrônicas e, finalmente, o imenso universo de informações e dados colocados à nossa disposição, através da informática.



Parece que o ser humano, mais do que resolver problemas, ele tem uma tendência natural para criar problemas. Possivelmente a causa dessa disfunção esteja centrada no egoísmo, na vaidade, na ganância, na inveja, na infidelidade, na soberba, enfim, traços negativos de personalidade que colocam o homem entre os animais mais perversos e perigosos deste planeta.



Estamos vivenciando uma era de decadência ética e moral. A televisão brasileira, neste sentido negativo, é bom exemplo. Começamos com os programas sensacionalistas, mostrando a miséria humana, ampliada e carregadas com as tintas do horror. E continuamos apostando nesta espécie de apologia ao crime. Único interesse? A audiência quantitativa. O lucro do patrocínio. Depois passamos para as banheiras, na linha do erotismo exacerbado. E o nu (artístico?) passou para as folhas das revistas masculinas. Para os carros alegóricos das Escolas de Samba. Para as boates. Para os grupos de pagode. O culto ao sexo virou religião para muitos. E na onda de copiar o lixo de outros países, influenciados pela clonagem, que está na moda, trouxeram as casas dos artistas, os “big brother” da vida, e, mais recentemente, apregoa-se um novo clone: notícias serão apresentadas por lindas mulheres que, à medida que vão falando, vão se despindo, até ficarem totalmente nuas. Melhor e mais produtivo seria não dar notícia alguma. Até porque suponho que pouca gente ficará sabendo dos fatos do dia.



As eleições não ficam para trás. E olha que o que mais se faz no Brasil, com tanto interesse da parte dos políticos, são eleições. Entretanto, as soluções para os nossos problemas, que poderiam advir das eleições, nunca aparecem. E nas próprias eleições, também, os problemas se repetem. Haja falta de criatividade.



Primeiro não se sabe quem serão os candidatos. E as pesquisas, ainda assim, iniciam suas projeções. Só para criar o clima. Depois vem o sobe e desce dos candidatos. Depois aparecem os escândalos. Primeiro com a governadora do Maranhão. Depois, ainda devagar, com o Lula, via pronunciamento dos bancos estrangeiros. Agora querem fazer o José descer correndo serra abaixo. Daqui a pouco, outros dossiês estarão circulando pelos jornais e revistas. Enquanto isso, as empresas continuam ganhando dinheiro com as pesquisas eleitorais que ninguém sabe para que servem. Na verdade, não se sabe nem quem serão os candidatos, principalmente quando as novas denúncias aparecerem na mídia. Aliás, não sei mesmo se eleger presidente resolve. Pelo visto, não. Pois as coisas sempre têm piorado. Alguma coisa está errada. Penso que é chegada a hora de se fazer um “recall” na política.





Lembram-se da palavra “recall”, que há tempos tomou assento na cadeira cativa da imprensa ? Pois é. Tudo por conta da notícia veiculada pela montadora de automóveis GM que anunciou o recall de veículos da linha 2002 para corrigir problemas no sistema de freio a disco. Total de veículos com defeito: mais de 100 mil. O assunto ganhou importância na medida em que ficou evidente o risco de vida a que ficaram expostos os proprietários daqueles veículos.



A idéia do recall poderia ser melhor aproveitada, por exemplo, para corrigir alguns defeitos na vida política brasileira. Por exemplo, para recomendar a troca dos parafusos que sustentam os cabos de distribuição de energia elétrica, e que estão produzindo falta de energia e tensão no Brasil.



Recall também para todos os candidatos a presidente que não apresentarem justificativas convincentes, e em tempo hábil, para as denúncias que lhes forem sendo imputadas.



Recall para todos os presidentes que foram eleitos e que assumiram o poder a partir de 1995. Estes presidentes apresentam muito defeitos, alguns dos quais irreparáveis.



Recall para o futuro presidente que tomará posse no ano que vem. Tudo indica que, pelo andar da carruagem, o presidente eleito terá que fazer uma série de modificações para governar e atender ao mesmo tempo os interesses difusos por conta das coligações inusitadas que foram feitas para conseguir sua eleição.



Ou então, já que estamos inovando em tudo, que tal eleger o presidente a partir de um processo licitatório? É mais transparente, mais seguro e muito mais fácil. Bastaria publicar a Carta-Convite nos jornais, mais ou menos nos seguintes termos:



CARTA-CONVITE

ELEIÇÃO PARA PRESIDENTE DA REPÙBLICA DO BRASIL



O Congresso Nacional, representando toda a população brasileira, convida a todos os interessados em ser presidente da República Federativa do Brasil, a apresentarem, dentro de cinco dias, a partir da publicação deste edital, proposta para concorrer ao objeto desta licitação.



Requisitos Básicos:



Ser brasileiro, maior de 35 anos de idade e não ter sido envolvido em denúncias de jornais ou revistas, por conta de dossiês desabonadores de sua conduta. Abrir mão do seu sigilo bancário, fiscal, telefônico e criminal. Não ter sido indiciado em Comissão Parlamentar de Inquérito. Não possuir conta corrente em banco do exterior, principalmente nos chamados “Paraísos Fiscais”. Ter boa memória para não esquecer das promessas e dos investimentos em setores estratégicos. Permanecer mais tempo no Brasil do que no Exterior. Comprovar, através de atos ou documentos, o amor pelo Brasil e pelos brasileiros.



Critérios de Escolha:



A Carta-Convite será julgada com base no critério do menor preço e do maior apreço. Ou seja, a proposta vencedora será aquela que apresentar o menor gasto público, a menor concentração de renda, a menor inflação, o menor desemprego, o menor número de medidas provisórias, o menor número de pacotes econômicos, a menor quantidade de impostos, a menor taxa de juros e o menor tempo de apagão. E apresentar, ainda, o maior valor para salário mínimo, para os salários em geral, maior quantidade de escolas e maior qualidade do ensino, idem em relação aos hospitais, maior controle da violência, e maior respeito para com o cidadão brasileiro.



O vencedor da licitação ficará, durante um ano, em regime de observação, finda a qual, e se nada houver em contrário, será assinado um contrato entre ele e o Congresso Nacional, com cópia distribuída para todos os eleitores que, a qualquer momento, e em havendo motivo convincente, poderá ingressar com pedido de alteração ou cancelamento do contrato, e optar, quando for o caso, pelo afastamento definitivo do presidente.



Para execução do contrato, serão abertas vagas de ministros, para cada uma das Pastas do Poder Executivo, cujo provimento se dará pela via do sistema do mérito ( concurso público, de provas e de títulos.).O Tribunal Superior eleitoral será o órgão responsável para fiscalizar o referido contrato.



Domingos Oliveira Medeiros

06 de maio de 2002













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