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Contos-->A Difícil, Vida Fácil!!! -- 18/04/2003 - 12:10 (Lucilene Gonçalves) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A Difícil, Vida Fácil!!!

Ana nasceu em uma pequena e humilde cidade, seus pais lutavam pela sobrevivência, lavrando uma terra estéril e tentando assim sobreviver. Mas a seca castigava cada vez mais e eles resolveram mudar-se para o povoado, onde pensavam ter mais oportunidades.
O casal pegou os dez filhos, alguns trapos que se denominavam roupas, panelas velhas e se puseram a caminho. Foram dias de caminhada, pois moravam longe do centro da pequena cidade.
Durante a viajem, a fome, o medo e a sede fez com que o mais novo dos filhos não resistisse e ali mesmo a beira da estrada fosse sepultado.
Ana, a filha mais velha, tentava controlar o medo, deixava de comer para dar aos menores e por vezes escondia-se para chorar e nessas horas jurava toda essa sorte mudar.
De repente um caminhão, uma carona, a proximidade da chegada e a esperança de mudança de vida.
Chegando a cidade o casal é levado para a Igreja local onde senhora da comunidade, oferecem a eles, banhos, roupas e comida quente. No meio dessas senhoras esta Dona Eulália, senhora rica, de finos tratos que se compadece da miséria daquela gente e se oferece para ajuda-los. Só que teria que pedir ao marido o Coronel Josué, como era chamado. A família fica ali alojada por aquele dia e todas as senhoras começam a se movimentar para tentar ajudar, não pensem que só por caridade não, é porque a cidade não admitia mendigos e elas eram as responsáveis por evitar isso.
À noite Dona Eulália volta acompanhada do marido, outras senhoras fizeram o mesmo e então o destino de todos começou a se modificar ali.
Com o nome de CARIDADE, os Coronéis da cidade, dividiram a família. Ana ficou com Dona Eulália, seria ela uma das empregadas da família e o restante foi assim também empregado em outras casas e o pai enviado para trabalhar em uma fazenda.
Ana chorou na hora da despedida, mas Dona Eulália prometeu a ela, que sempre que possível poderia ver sua família, mas isso só ficou nessa promessa.
Ana foi com Dona Eulália e o Coronel Josué para uma linda mansao, no centro da cidade. Lá chegando recebeu varias ordens e lhe foi mostrado um quartinho úmido no fim do corredor que dava para dispensa, seria ali sua nova morada.
Ana chorou por um bom tempo e jurou novamente que isso iria mudar, que com sua família de novo ela iria estar.
Na manha seguinte, bem cedo, foi acordada por uma empregada da casa, que vinha trazendo-lhe roupas, toalhas e ordenando que tomasse banho e se vestisse, pois tinham muito que fazer durante o dia. A empregada a acompanhou ate o banheiro e foi dura nas ordens de higiene, principalmente quanto aos cabelos que eram muitos longos e deviam ser muito bem lavado.
Ana cumpriu as ordens, banhou-se e penteou bem os cabelos e os prendeu em uma longa trança. Já arruma e pronta Ana é encaminhada a cozinha da casa, para se alimentar e receber as ordens do dia.
A ela caberia a arrumação dos quartos e que jamais mexesse em algo, pois o coronel era muito bravo.
Ana estava amedrontada, mas engoliu seu café e foi cumprir as ordens. Quanto chegou ao quarto dos patrões, parou estonteada ao ver tanto luxo, quanta beleza. Tudo parecia como a figura da folha que um dia veio embrulhada as sementes de milho que ela havia ganhado de um comerciante. Coisa de encher os olhos, e ela fascinada por um instante sonhou: UM DIA VOU TER UM QUARTO DESSES SO PARA MIM!
Mas do sonho foi rapidamente acordada com o olhar austero do Coronel que a observava.
Ana corou e sem saber o que dizer, só abaixou a cabeça, o Coronel homem bonito, elegante, de traços fortes e marcantes, a olhava também calado, mas de repente falou:
-Quantos anos têm menina, qual o seu nome?
Ana de cabeça baixa respondeu baixinho:
-Sou Ana senhor e tenho treze anos.
O Coronel se espantou e disse:
-Voce tem cara de menina, mas é bem grande, pensei que tivesse mais.
Foi uma das únicas vezes que o Coronel com ela falou.
O tempo foi passando, Ana nunca mais viu sua família, Dona Eulália dava-lhe noticias mais não podia permitir sua saída para encontra-los, por que o Coronel, não admitia.
Dona Eulália agradou-se da menina e começou a ensinar Ana a ler e escrever, também a como se comportar, comer, andar. Ana foi assim sendo educada por aquela senhora bondosa, que temia o marido, mas que sempre que podia ensinava coisas a ela.
Já haviam passado dois anos, agora Ana estava mudada, bem tratada, desenvolvida, com corpo de mulher, embora a cara fosse de menina. O Coronel por sua vez sempre a observava e num dia em que Dona Eulália saiu para uma reunião comunitária, ele veio a procura de Ana e falou:
- Venha cá menina, quero ter uma conversa com voce.
Ana não discutiu, abaixou a cabeça e o seguiu, foram para o escritório e então ele começou:
-Voce já esta aqui em casa a um bom tempo, e vejo que isso esta te fazendo bem, embora ainda tenha jeito de bicho do mato.
Ana se enfureceu, e se pudesse teria respondido, mas se calou, e ele continuou:
Vou levar voce para a minha casa na Capital, quero que fique lá, pois Eulália nunca pode me acompanhar quando vou, e estou precisando de alguém que cuide de tudo.
Se Ana soubesse que tudo, significava tudo mesmo, jamais teria ido.
Ana não disse nada, nem podia, era só a empregada.
Quando Dona Eulália voltou o Coronel comunicou a decisão, não pediu opinião, só falou.
Dona Eulália como Ana, abaixou a cabeça e concordou, mas conhecendo o marido sabia qual seria a utilidade de Ana na casa da Capital.
Na manha seguinte, Ana esta pronta para a viajem, e Dona Eulália vem lhe falar em segredo:
-Ana, todo esse tempo que esteve comigo, te quis como uma filha, que nunca tive. Ensinei-te, fiz de voce uma mocinha educada e agora vai ter que ser por voce a decisão tomada. Voce sabe o que significa ir para a casa da Capital?
Ana pela primeira vez teve coragem e respondeu:
-Senhora, sou grata por tudo que fez durante esse tempo comigo e imagino a intenção do Coronel, mas como vou me negar? Existe um modo, uma maneira disso eu me livrar?
Agora era dona Eulália que abaixava a cabeça, como envergonhada, pois elas sabiam as intenções do Coronel e ambas eram impotentes para contraria-las.
Dona Eulália tomou Ana em seus braços, beijou suavemente sua testa e desejou sorte, saiu da sala, não compactuava com sua partida.
Ana segue rumo a Capital, o Coronel era quem diria o carro e ela encantava-se com a paisagem, e por vezes sorria ao ver tanta liberdade.
O coronel a observava e também ria, de ver o jeito bicho do mato daquela menina mulher........
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