Clic"ali, oh:=>>>Espaço e silêncio
Se você bem refletir,
se nada não existisse,
só silêncio a agir,
talvez você distinguisse
que o silêncio só vale,
quando o som aparece.
Caso o som, também, se cale,
e nada se oferece,
o espaço, sem objeto,
nada significaria,
sem um sentido completo,
você o ignoraria.
Imagine-se no ar,
no espaço flutuando,
como ponto, devagar,
de consciência, vagando,
e estrelas não há lá,
e nem galáxias também,
somente vazio há.;
e imensidão não tem
o espaço desse jeito.
Ele nem lá estaria.;
e não há velocidade,
e nada se moveria,
não havendo referência,
além do primeiro ponto,
não tem nenhuma valência
querer demonstrar, de pronto,
que a distância existe,
e, também, velocidade.
E, se espaço persiste,
surge, então, a Unidade,
a que em dois se transforma,
e em dez mil se desdobra,
e o manifesto forma,
espichando como cobra,
em espaço infinito.
Portanto, o mundo "pinta"
com o espaço, é dito,
ambos com a mesma tinta.
Nada poderia ser
sem que espaço houvesse,
e, não é mais fácil crer,
se este mesmo não cresce.
Mesmo antes deste mundo,
nenhum espaço havia,
vazio, digo rotundo,
pra perder autonomia
com algo que o lotasse.
Espaço nenhum havia,
e nada que indicasse
coisas, nada existia.
Só havia Unidade,
o Não Manifesto, só,
e a multiplicidade
d"Ele, qual ouro em pó,
fez o espaço surgir,
mostrar que estava lá,
pronto para permitir
o existir do que há.
De onde teria vindo?
Será que Deus o criou
confortável e infindo
pra guardar o que gerou?
Claro que não. O espaço
é nada, coisa nenhuma.
Incorre em um fracasso
quem com isso se arruma.
Ele nunca foi criado.
Veja, em noite bem clara,
as estrelas, aos milhares,
isso não é coisa rara,
todas em seus bons lugares.
Galáxias há, aos bilhões,
todas bem documentadas,
e formam muitos rincões
de estrelas concentradas.
Ainda assim, mais vale
o espaço infinito.
Melhor que a gente fale
do que não dá nenhum grito,
do profundo e quieto,
do que às coisas permite
existir, nunca repleto,
e que nunca se omite.
Nada mais tão respeitável
que a grande quietude,
que o incomensurável
vazio, a Plenitude.
Aquilo que se apresenta
como espaço pra nós,
na nossa mente assenta
e nos sentidos tem foz.
É a forma que contorna
o que é Não Manifesto.;
em "corpo" de Deus se torna,
um esplendoroso gesto.
É este grande Possível
que ao Universo cede
um jeito de ser, visível,
quieto, que não se mede.
Também, essa quietude
e essa imensidão
existem, como virtude,
dentro de nós, meu irmão.
Quando estamos inteiros,
e totalmente presentes,
nós O vemos, bem certeiros,
como espaço, cientes,
em nosso interior,
como espaço sereno,
o espaço receptor
da mente vazia, pleno.;
dentro de nós é imenso,
mas só em profundidade.;
e só pode ser extenso
na transcendentalidade.
Clic"ali,oh:===>>>Como jogar o tênis melhor que o Guga
|