Um bom conselho de amigo
E uma palavra fraterna
Penhoram os companheiros,
Em sua jornada eterna.
Como sempre, caro amigo,
Começamos devagar:
É preciso dar um tempo,
Para a marcha se engrenar.
É ótimo, neste instante,
Contar com um ser paciente,
Que tenha calma e sossego
E que nos dê força à gente!
Em pouco tempo, rapaz,
Fizemos as três quadrinhas:
Não perturbamos a paz,
Nem deturpamos as linhas
Apesar do tiro certo,
No alvo que estava à frente,
Ainda assim não foi bom
Para o rigor do escrevente.
Perturba-se o nosso amigo,
Quando o trazemos à baila,
A ponto de não saber
A rima p’ra Dona Laila.
Realmente, existe falha,
Nessa estrofe posta acima,
Tudo porque não soubemos
Prevenir-nos quanto à rima.
Vamos tomar mais cuidado
Neste emprego da palavra,
P’ra que o amigo escrevente
Reconheça nossa lavra.
Tem medo o bom escrevente
De colaborar demais,
Entretanto, o nosso plano
É que não ocorra mais.
De novo, o amigo temeu
Pela sorte da quadrinha.;
Só deve esperar um pouco
Para preencher a linha.
Sinta-se muito à vontade,
Não perturbe esta escritura.;
Deixe a mente bem aberta:
Aproveite a sinecura.
Veja como vamos indo,
Sem qualquer pressa, ao bom alvo:
De tudo quanto escrevemos,
Bem pouco não será salvo.
Agora sim, caro amigo,
Os versos vão sendo escritos,
Sem que você se perturbe.;
E estão muito mais bonitos.
Irá ser essa atitude
A mais própria e condizente
Com as nossas diretrizes,
Com o que temos em mente.
Não se perturbe, rapaz,
Vá mantendo a sua linha.
Nem irá ser mais preciso
Escandir cada quadrinha.
Estamos, com muito agrado,
Terminando os nossos versos.;
O escrevente está cansado
De alguns fracassos perversos.
Conforme sempre acontece,
Ao se estar perto do fim,
O ritmo restabelece
A pressa que estava em mim.
Os versinhos saem ligeiros,
Apesar de não perfeitos,
Contentando este escrevente:
Docinhos com seus confeitos.
Eis que o recado está dado.
Agora vamos embora,
Como sempre desejosos
De regressar sem demora.
Complete depois o verso,
Mantendo firme o timão:
Respeite a força do vento,
Tranqüilize o coração.
Agradeçamos ao Pai
Nossa boa inspiração,
Sem receio de ferir
Esta versificação.
Como sempre, caro amigo,
Entristece-nos partir,
Conquanto muito se alegre
O escrevente Wladimir.
Revolta-se ele conosco,
Dizendo-se injustiçado,
Pois também sente alegria,
Quando está ao nosso lado.
Terminando a nossa arenga,
Deixamos rápido adeus,
Agradecendo ao amigo,
Pedindo a graça de Deus.
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