O funil da vida efêmera na carência vida
O fim da efemeridade da existência vai cada vez mais afunilando, onde o topo é invertido numa posição no qual, ninguém almeja. Nascemos morrendo e morrendo, vamos vivendo paulatinamente, dia a dia, dia e noite, semana a semana, tempo ao tempo do ser gente incoerente, errando e acertando no caminho. Tentar corrigir enquanto ainda há tempo, no inverno e sertão gente. O cansaço na luta contra a dor, abate o ser gente que aguente seus ais onde não há mais cura como solução. Existe um corpo afunilando no tempo da lei universal e democrática, onde a dama insiste numa presença incômoda. O corpo cede ao seu domínio sobre o ser tempo no corpo do pai sendo velado pelo filho. É a funilação do tamanho de todos os desejos existentes que vão sendo abatidos na vida efêmera carente de vida. As palavras perdem a força que renascem do silêncio e falam mais na boca emudecida e vazia. O cálice transborda e não sacia a sede. A bebida é amarga e o fim, nunca é bem vindo.
Marcos Palmeira |