Minha querida amiga, Esta tarde pudemos nos encontrar. Rápidos instantes tivemos para nos cumprimentarmos. Estavas séria, compenetrada. Senti que andavas um pouco cansada... Esse calor, alguma preocupação com tuas companheiras... talvez a falta de chuvas... Sempre me pareceste a ,mais forte. Contudo, as chuvas chegaram, abundantes, copiosas, às vezes mansas, outras vezes tempestuosas... Mas foram benvindas. Encharcaram-te o solo, aliviaram-te a tensão, saciaram-te a sede, reconfortaram-te ainda mais pela certeza de que todas as tuas irmãs alegraram-se com essa dádiva Divina. Não sei dizer porque, mas desde o primeiro dia que as trouxemos, foste tu a escolhida para ficar em posição privilegiada: bem de frente à minha porta, e és sempre divisada quando olhamos em direção ao jardim. E, talvez, sentiste a obrigação de liderar, de exemplificar, de sustentar com tua força um provável ou visível desequilíbrio nesse pequeno retângulo, com a exuberância da tua companheira "Primavera". Pode ser, também, que indiferente a tudo à tua volta, quisesses simplesmente, ser bonita, majestosa por ti mesma, e te deixaste expor tão generosa... e alcancaste os nossos olhos e nossos corações. Desabrochaste inteira em mil flores, saudado à mãe Natureza, reproduzindo em miniatura a majestade dos Flamboyans nessa época do ano! De todo modo quero saudá-la, quero que sintas o meu carinho e reconhecimento; quero, principalmente, que saibas, que pressintas o quanto a respeitamos e admiramos. Sua admiradora e amiga, Stella
|