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Cartas-->Do cárcece -- 07/01/2003 - 03:17 (Winner) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
José Antonio Fornaris – www.cubanet.org
Do cárcere

HAVANA, dezembro – Recebi na quinta-feira passada, 5 de dezembro, uma carta escrita na prisão de Guanajay. Certamente que não me chegou pelo correio regular. A carta pertence ao preso político José Manuel Pereira Hernández. Embora a carta seja pessoal, quero compartilhá-la com os leitores de CubaNet.

Após a saudação, a carta começa: ”...saberás que no dia 28 de fevereiro deste ano me detiveram, encontrando-me em minha casa já deitado porque já passavam das 10 horas da noite. O oficial Rubén (da Segurança do Estado) em sua moto, e outro oficial em outra moto Susuki, e um (carro) Lada com outros agentes, me conduziram ao Departamento Técnico de Investigações de 100 e Aldabó. Ali me interrogavam a cada 3 ou 4 dias e só me perguntavam como estava e me ameaçavam para que eu deixasse a oposição. A comida é péssima e pouca, dormia em uma prancha de metal e o colchão era um pedaço de espuma que media aproximadamente 150 por 75 centímetros.

Estive nesse lugar horrível por um mês, até que me conduziram, sem sequer dizer-me por quê estava detido, na prisão de Guanajay. Desde abril me encontro em Guanajay, prisão de segurança máxima, onde não existe separação para detidos nem para presos pendentes (reclusos a espera de serem sancionados) como sou eu. Todos os presos que há aqui estão condenados entre 20 e 60 anos por assassinatos, violações e outras causas perigosas. Aqui sempre há problemas entre presos. Entre eles existem muitos que estão armados com arma branca que fabricam para defenderem-se uns dos outros. É um risco encontrar-se aqui, pelo perigo em que se permanece constantemente. Aqui eu sou o único preso político, sou o único que tem a correspondência bloqueada, isso eu pude confirmar. Não me entregam cartas que amigos e familiares me escrevem, as visitas me são dadas em separado, independente dos demais presos, custodiado por oficiais que escutam as conversas dos familiares que vêm me ver. Me confiscaram livros e me revistam mais do que aos outros. Durmo em um colchonete que me deram os que dirigem a prisão, de saco de nylon e em seu interior pedaços de esponja do mar com terra, pedras e areia.

Os direitos humanos são violados aqui, constantemente, maltratam os presos e os enganam. Já transcorreram 9 meses de minha detenção e todavia não sei nada, igualmente a minha família, também nada sabe. Minha advogada tentou investigar, porém o expediente é secreto. O que mais me doi são meus pais, que são idosos e sofrem pelo encarceramento injusto a que estou submetido. Eu estou orgulhoso de minha luta, não me humilharei jamais, não vou trair jamais minhas idéias e meus princípios. Estou convencido de que Castro se desmorona dia a dia por sua forma de atuar e a constante violação dos direitos humanos. Não obstante, me pergunto: se existem as Nações Unidas e as leis internacionais, por que Cuba continua submetida a uma ditadura militar por tantos anos? Até quando, Fornaris, meu amigo, pessoas devem morrer tentando abandonar o país, arriscando a vida a cada dia, fugindo deste sistema? Irmãos de luta são obrigados a emigrar como refugiados políticos devido às perseguições contínuas. Nosso povo sofre pela falta de liberdade e direitos que nos roubam. Estamos atrasados no mundo, não temos propriedades, estamos isolados sem conhecer o mundo por uma ditadura que obriga o povo a participar em todas as suas campanhas, com ameaças e chantagens. Já estou concluindo, não desejo que minha carta o canse. Te expliquei por alto o que tem se passado comigo. Te desejo bem; cuida-te muito. Aqui tens um irmão, um amigo. Te quero porque me dá gana.

José Manuel Pereira é um homem humilde, um trabalhador, para ser mais claro, um pedreiro. Porém, é sobretudo uma pessoa honesta e qualquer pessoa se sente bem de que uma pessoa assim lhe queira bem, apenas “porque lhe dá gana”. Após a despedida e sua assinatura, Pereira conclui a carta com este pensamento de José Martí, Apóstolo da independência de Cuba: Me parece que matam a um filho, cada vez que privam a um homem do direito de pensar”.

Novo processo

HAVANA, 11 de dezembro (Ernesto Roque, CPI – www.cubanet.org) – O ex-prisioneiro de consciência Oscar Elías Biscet será processado novamente, junto a outros três desobedientes civis, que permanecem presos desde o dia 06 de dezembro na delegacia policial localizada na Avenida de Acosta, no município Dez de Outubro da capital cubana.

Agora as acusações serão alteração da ordem pública, segundo informou ontem a familiares e amigos dos detidos, o instrutor policial José Angel Aguilera. O oficial informou que após uma reunião com seus chefes, havia-se determinado não conceder a visita de cinco minutos que fora prometido aos familiares de Biscet e dos demais ativistas presos.

O instrutor policial informou, além disso, que os ativistas que residem na província Matanzas seriam transferidos para essa região. São eles: Enrique Pérez Hernández e os irmãos Guido e Ariel Sigler Amaya. Porém, na madrugada de hoje se confirmou que os três foram libertados.

Todavia, Virgílio Marante Guelmes, Orlando Zapata Tamayo e Raúl Arencibia Fajardo, que residem em Havana, serão julgados junto com Biscet. Estes quatro presos receberão a visita de seus familiares no dia 13 de dezembro, de acordo com o exposto pelo instrutor Aguilera.

Este oficial assegurou que a polícia política não tem nada a ver com a prisão de Biscet e dos outros 16 ativistas, pois o problema era de competência da Polícia Nacional Revolucionária, declaração que é interpretada por familiares e amigos dos detidos como uma burla das autoridades.


COMENTÁRIO - Esse regime é digno de apoio? Concorda com essa essa violência contra os direitos humanos? Entende por que repudio comunismo, socialismo e arremedos de um e de outro? Se tem qualquer simpatia pelas ditaduras de Cuba, Venezuela, China, Coréia do Norte, lamento. Preste bem atenção no que acha o máximo. Se quiser escreve, dirigindo-se a mim (não é pedido), faça-o, claro, mas opine sobre esse regime. Não me venha com tergiversações sobre temas correlatos. Quando comunas e socialóides se deparam com a podridão que é, na prática, o que defendem, é assim que agem, com a maior cara de pau deste mundo.
Dom Kless

Dia 07 de Janeiro de 2003
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