Vamos, pois, principiar,
Dando tratos ao bestunto,
Para ver se conseguimos
Determinar nosso assunto.
A primeira estrofe esteve
Até que satisfatória.;
Vamos ver se prosseguimos
Nesta mesma trajetória.
A bondade é das virtudes,
Sem dúvida, das primeiras.;
Aceitem, pois, este aviso:
Unam-se às nossas fileiras.
Vamos fazer caridade,
Dando tudo o que pudermos.;
Desse modo evitaremos
Termos de pairar nos ermos.
Parece-nos ter falhado
A rima que propusemos.;
Mais sorte é o que desejamos
Com os remendos que demos.
Se não tivermos cuidado,
Iremos falhar de vez.;
Aí iremos contar
Os tercetos: um, dois, três...
Entretanto, o bom amigo
Que cuida dos nossos versos
Acabará co’os tercetos,
Dando-lhes tratos diversos.
É muito bom compartir
A jornada de trabalho
Enquanto uns pensam nas rimas,
Outros trançam o baralho.
Não podemos esquecer
Os ensinos do Evangelho,
Se não o povo vai crer
Que isso é coisa para velho.
Não gostei da poesia
Resultante dessa rima.;
Queira, portanto, amiguinho,
Reformar a quadra acima.
Terminamos uma quadra
Que pode ser nossa senha.;
Toda vez que desgostarmos,
Só diremos: — “Queime a lenha!”
De tanto “queimar a lenha”,
Irá desaparecer
Mais da metade das quadras.;
— “E o restante?” — Irá arder...
Não é nossa pretensão
Deixar algo permanente:
Só estamos dando treino
Ao nosso caro escrevente.
Até que o dia está bom
Para poesia indigesta.;
Aguardemos vir a hora
De fazer nossa seresta.
Parece que o bom amigo
Hoje está muito cansado,
No entanto, é ele que insiste
Em não nos deixar de lado.
Estou prestes a deixar
Este posto de trabalho.;
A turma que vai chegar
Que pegue duro no malho.
Vibra de satisfação
O nosso bom escrevente.;
Bate alegre o coração,
Rejubila sua mente.
Que outra mensagem daríamos
P’ra fazê-lo mais feliz?
Estendemos-lhe as mãos:
É tudo o que sempre quis!
Eis que algo belo fizemos,
Nestes dias de poesia,
Não tanto no que escrevemos,
Mas no fato da alegria.
Por isso vamos dizer
A prece de encerramento,
Exprimindo, com vigor,
Todo nosso sentimento.
Agradecemos a Deus
Estes momentos de glória.;
Prenunciamos, finalmente,
Estar próxima a vitória.
Ao médium que compartilha
Desta jornada conosco,
Pedimos, humildemente,
Perdoar-nos este enrosco.
Ergamos todos as vozes
E saudemos nosso Pai,
E peçamos: — “Nossa prece
De amor a vós, aceitai!”
Sabemos estar no fim
Esta nossa inspiração.;
Então, é chegada a hora
De abraçar o nosso irmão.
Age ele friamente,
Sem deixar transparecer
A emoção que, finalmente,
N’alma começa a crescer.
Também sente esta frieza
Com que fazemos o verso,
Sabendo que, logo após,
Vai desabar o universo.
Serão lágrimas de amor
Que se deixarão cair
Dos olhos de toda a gente
E do amigo Wladimir.
Será esta, com certeza,
Nossa última trovinha.;
Não vai ser uma beleza,
Ficará dentro da linha.;
Deixaremos sobre a mesa
A poesia arrumadinha.;
Não diremos nossa senha:
Não queimaremos mais lenha.
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