Escrevo sem saber ler, mas escrevo num sentir do diabo de cão nas favelas da vida cheia de gente. A cada pingo de letras, um olhar humano nas calçadas, uma família tentando sobreviver diante dos palácios religiosos que afrontam uma realidade povo. Nos hospitais, as filas a serem tangidas como gado para o matadouro e por trás do balcão, os donos da saúde humana que não acreditam na transformação do Ser. Olham com desdém para o efermo eleitor que votou num militar afim de receber um tiro no pé. Pobre gente! Acredito que pela ignorância, são até felizes mas causam dor à filosofia Cristo na essência humanista. Hoje, é domingo, o domingo de desfiles nos obreiros de uma fé fedida a Deus Dará. O dormir dos pastores, segue o paradoxo das ovelhas de terno e gravata que fazem lembrar o Roque Rita Lee na música " O bode e a cabra" e "Meu bom José". Não sou poeta, me considero um falido com a impotente vida diante de uma covardia coletiva da satisfação do umbigo. O Tempo tem a perfeição tempo arrumado a cada arrogância e prepotência. Não sou escritor, não sou poeta, não gravo nada, escrevo com Útero de outrora na luz Manguaba (minha lagoa) e descalço, rendo homenagem a essa mãe água do meu Apilado Pilar. Terra do Humanista Artur Ramos e dos Bagres, onde dera bode...
Marcos Alexandre Martins Palmeira
Maceió, 14 de julho de 2019. |