Ouço ao longe a melodia
Suave, terna, envolvente...
Caminho entre caminhos,
Divagando nessa estrada
Que não me leva, não me traz.
Onde o tempo se esconde
Para além de tudo, além do nada.
Sinto a brisa que passa
E me toca, de leve, mansamente...
Nada mais senão a voz do silêncio,
Aquela melodia...aquela brisa...
Conheço as duas.
Não esqueço jamais.
A melodia é a mesma que ouvimos
No dia em que nos encontramos
No mesmo sonho.
Nunca mais me deixou.
Eras a própria melodia...
Reconheço esta brisa,
Tem identidade própria.
É a mesma que, tocando tua face,
Roubou o teu perfume para mim.
Me lembro bem...
Estrelas reluzindo, a lua derramando
A sua luz sobre nós
Naquela noite iluminada, CLARA
E envolvente...
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