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Artigos-->Liberdade: o Brasil está pronto para ela? -- 13/07/2019 - 20:45 (Lorde Kalidus) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Há algum tempo vemos o nome de Bolsonaro, ao menos aparentemente, crescendo nas pesquisas e, com certeza, deixando claro, já de forma mais direta que indireta, que é candidato a presidente do Brasil em 2018. Eu, como muitos, vejo o cara como meu candidato, até porque não teria como não fazê-lo, uma vez que aborda melhor que todo o restante temas como segurança pública e o fim do desarmamento, duas áreas que me interessam e que os governos pós-período militar praticamente deixaram às moscas, entregando o País nas mãos de facções criminosas de toda a espécie, maiores ou menores, mais ou menos influentes dentro do nosso governo; acabaram com nossa educação e fizeram com que a maior parte dos jovens que nasceram no período após 1984 sejam praticamente analfabetos funcionais; professores não têm autoridade, pais não têm autoridade, enfim, saúde, educação e segurança simplesmente não funcionam, se é que existem.

Qualquer candidato que se manifeste a favor de mudanças, de trazer de volta ou melhorar o que funcionava antes é bem-vindo pra mim. Calhou de Bolsonaro ter se apresentado como uma proposta que o mostrou como o melhor (ou o menos pior) dos possíveis candidatos em 2018. Não vou entrar no mérito dele conseguir governar ou não por falta de apoio no congresso nacional, acho que isso é assunto para outra hora, embora tenha, sim, que ser discutido. Mas a grande preocupação, a meu ver, nesse período em que alguém que parece ser um comandante ideal mostra interesse em representar o País no planalto, é outra: o conceito de liberdade, Estado mínimo e as mudanças pelas quais o povo clama.

O povo brasileiro está realmente preparado para ser livre? Para viver em um Estado que não necessariamente interfira em questões que não são essencialmente dependentes de sua intervenção? Longe de mim querer conspirar contra isso, mas acho importante que cada um se faça essa pergunta. Eu já havia meditado sobre o assunto antes e, de alguns dias pra cá, quando uma exposição de arte do Santander foi atacada nas redes sociais por conteúdos desagradáveis a alguns, não tive como não pensar sobre o assunto e me perguntar o que seria essa “liberdade” de que tanto se fala, pois o que parece que ela se limita apenas ao que é agradável a um determinado grupo de pessoas e, infelizmente, liberdade plena, não pode ser assim.

Li comentários sobre a exposição em que seus idealizadores eram condenados por blasfêmia, por incentivar a pedofilia, etc, etc, que os valores familiares estavam sendo deturpados, que o Santander tinha de ser punido, etc. O que pude entender sobre quem condenava a exposição é que tudo que fala contra Deus, contra os cristãos ou o que quer que seja tem de ser tratado como ato criminoso. Eu, particularmente, faço oposição ao Cristianismo justamente porque, durante meu tempo de cristão, pude identificar falhas gritantes nesta crença, que é mais diabólica que o próprio demônio (acreditar que um inocente deva ser encaminhado à cruz pra pagar pelos pecados de uma humanidade que deve tudo em vez de cada um pagar por seus pecados?), mas nem por isso vou dizer que alguém deve deixar de ser cristão ou mesmo me afastar de quem o é. Mas, uma vez que se quer uma sociedade livre, tem de haver espaço para todos, seja cristão, muçulmano, judeu, umbandista, ateu ou o que quer que seja. Dizer que alguém deve ser discriminado pela crença que exerce é praticamente o mesmo que achar que todos devem ser desarmados pelo fato de “armas oferecerem risco à segurança”.

O mesmo vale para outros temas como opção sexual, discordâncias quanto à moda, estilo musical e assim por diante. Até mesmo planejamento familiar, existe algo de errado em se cuidar apenas do que está debaixo do próprio teto? Ou será que o que se tem ao redor é tão desagradável que é preferível lembrar que na casa dos outros existem problemas? Falando das preferências de cada um, determinado local toca algum tipo de música que não é de seu agrado, em templos satânicos fala-se de assuntos que não são do seu interesse ou ofendem ao seu Deus? Ok, velho, e o que você tem a fazer nesses lugares que te impedem de estar em outros que seriam mais interessantes a você? Não quer que seus filhos vão à exposição do Santander por causa do conteúdo “nocivo” que ali está? Até onde eu sei os pais são avisados com antecedência caso a escola vá desenvolver algum tipo de atividade externa, então por que não se manifestaram com antecedência sobre seus filhos comparecerem ou não ao ato?

O assunto liberdade é delicado e recomendo atenção a ele, caso contrário logo a chamada “direita” irá acabar se tornando nada mais, nada menos, que uma esquerda vista num espelho distorcido. Espaço público é para todos e não pode ser violado nem por um, nem por outro. Mas, dentro de um espaço particular, destinado a algum tipo de atividade, que só esteja ali quem realmente se interessar pelo que é veiculado, do contrário vai estar atacando o direito alheio e indo contra até mesmo o princípio de nação livre que tanto prega, transformando tudo em libertinagem.  Pra não falar de atacar um determinado conceito de arte apenas por não entende-lo, correndo o risco de acabar se tornando alguém sobre quem Michael Moore faria um filme.

Mantenhamos o foco... 

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