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Artigos-->O povo invisível -- 13/07/2019 - 20:43 (Lorde Kalidus) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Hoje (28 de agosto de 2017) recebi uma notícia um tanto desconcertante de um camarada que disse estar em Nova York. Não nos conhecemos pessoalmente, mas sei que é dono ou moderador de um grupo do Facebook chamado “comunistas caricatos”, cujo objetivo é desdenhar e satirizar o comunismo. Seja como for o ponto a que me refiro é esta viagem dele a NY, onde, segundo o próprio, ficou surpreso por alguns acontecimentos no bairro conhecido como Little Brazil onde, ao passar por lojas, não ouvia músicas brasileiras de fundo, praticamente não se via nada que lembrasse o Brasil e ninguém perguntava sobre o País nas ruas, fosse a respeito da corrupção, da economia ou mesmo do futebol, no qual deixamos de ser referência há muito tempo.

Admito que fiquei um tanto surpreso, mas, antes disso, já estava meio que com o espirito precavido para este tipo de ocorrência. Conheço uma inglesa há quase vinte anos e ela me disse que, na Inglaterra, não há notícias do Brasil e, quando se fala de qualquer coisa que não seja da Europa ou dos EUA, fala-se do oriente médio, que é a única coisa exterior aos países desenvolvidos que interessa a eles.

Há algum tempo escrevi o poema “Paris e Mariana”, onde enfatizava o fato de que o passaporte brasileiro praticamente deixou de ter valor, haja visto que não somos notados pelo resto do mundo. Grande prova disso foi o acidente naquela cidade, que matou várias pessoas e, até onde tenho ciência, não foi sequer comentado mundo afora. Por outro lado, ao mesmo tempo, ocorreu o atentado em Paris, onde morreram por volta de 150 pessoas, a mesma quantidade que morre por dia em homicídios praticados no País. O mundo parou por causa de Paris, inclusive brasileiros, que colocavam bandeiras da França em suas fotos de perfil em redes sociais, e atualmente fazem homenagem quase parecida com relação aos atentados em Barcelona, na Espanha. Brasileiros homenageiam os mortos em outros países, mas os vemos tratando o estado de sítio em que o País se encontra sendo tratado como coisa normal. Chamo de Estado de sítio porque, até onde eu sei, se colocou as forças armadas na rua é porque perdeu o controle da situação. Ou tá em guerra ou o governo assinou o atestado de incompetência.

O grande caso é que nos tornamos, se não motivo de vergonha, invisíveis até pra nós mesmos, pois não somos referência em mais nada que não seja corrupção, alto índice de criminalidade (concentrando nada menos que 10% dos homicídios praticados no mundo todo, olha como o desarmamento é “maravilhoso”) e em colônia de férias pra criminoso, terrorista e tudo que não presta no mundo inteiro (leia-se: somos o esgoto do mundo), como no caso de refugiados que, agora, são mandados pra cá porque, afinal, o Brasil aceita tudo. Mesmo porque, aos olhos do mundo, não existe razão nenhuma pra que sejamos lembrados pelos crimes que acontecem aqui diariamente, ao contrário do que houve em Paris e Barcelona. O motivo? Já deixamos a entender que essa realidade está boa pra nós e que, por isso, permitimos que este governo que aí está permaneça no poder e não tomamos qualquer tipo de providência para que as coisas mudem. Reclamamos? Claro, mas até mulher de malandro reclama também e, no final das contas, continua lavando a roupa, fazendo a comida e servindo de escrava sexual pro dito cujo, apanhando e pedindo desculpa, sem mudar a situação em que está.

Nos tornamos invisíveis aos olhos do mundo, mergulhados em nossa própria inadequação. A mesma que, muitas vezes, ainda faz alguns, seja por ignorância ou por imbecilidade mesmo, dizer que “no mundo inteiro é assim”, que “em todo lugar existe corrupção”. Talvez exista, mas uma coisa é você dizer “vamos proteger nosso povo, mesmo que o deles morra” e a outra é dizer “mesmo que nosso povo morra vamos proteger nossos interesses”. O brasileiro se torna cada vez mais interessado pelo que vem de fora, não sente falta do que está aqui, até porque tem cada vez mais acesso ao mundo exterior e, quando vê o que existe por lá, percebe que o que está aqui nem de longe é tão belo quanto querem lhe dizer que é. 

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