Não sei se é hereditário... Se adquirido...
Mas, certos comportamentos neuróticos
exercem alguma atração sobre o meu intelecto.
Se por curiosidade, ou visão hilariante, não o sei.
Só sei que fico, às vezes, a pensar, ou a cismar, nas razões "sem-razão" de alguns seres que, na sua modesta condição de existir, nem sabem que existem. Ou porque existem...
Suas vidas não têm, na verdade, um sentido definido...
Conheço um sujeito que, por viver em condições de penúria, rejeita a própria sorte...
E de tal maneira se insurge contra o que é, que não concebe a idéia de o ser.
Ele é mesquinho, vil e torpe. Um fracasso!
Mas, no fundo, é apenas um coitadinho, que inspira dó.
Há, na neuro-psiquiatria, um termo que talvez defina esse estado patológico: esquisofrenia paranóica.
A pessoa em questão, não assumindo sua condição de vida miserável, enche-se de preconceito contra si mesmo e procura viver em níveis
de super-consciência, nada condizentes com sua "casta", isto é, um nada... E quando se lhe dá corda, enganando-o, ele se enche de orgulho, sem saber da falsidade que reluz em seu semblante.
Engana-se a si mesmo, na procura de um reconhecimento que jamais teria por natural...
Vive num mundo ilusório, onde outros paranóicos, da mesma estirpe, que o cercam, demonstram o mesmo comportamento, talvez por influência...
"Semelhantes se atraem", diz um ditado.
E é verdade absoluta.
Temos o retrato falado de um "pária"...
Às vezes, santo, outras, capeta, ele vai vivendo a sua vidinha medíocre à procura de fantasias que satisfaçam suas necessidades de uma auto-afirmação que jamais conseguirá.
Porque o fim de um esquisofrênico todos conhecem:
É a auto-destruição, lenta...
Não dá pena?
Afinal, antes de qualquer coisa, é um semelhante nosso e carece de nossa compaixão.
Este texto foi atualizado hoje, 29/12/06,
em homenagem a um "paranóico especial",
que se denomina EU e diz que mora AQUI
e que vive fuçando e lendo meus textos, na Usina...
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