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Cronicas-->CARTA A UM ESCRITOR MÁRCIO COTRIM -- 20/11/1999 - 20:44 (Leon Frejda Szklarowsky) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
BRASíLIA, 30 E 31 DE OUTUBRO DE 1999
CARTA A UM ESCRITOR MÁRCIO COTRIM

E a eternidade do homem, na Terra, traduz-se pelo que ele faz, marcando sua passagem, de forma indelével e notável, quando se trata de seres humanos predestinados aos grandes feitos

A vida é o bem mais precioso do ser humano, mas a vida sem liberdade não tem qualquer significado, nem dignidade. A liberdade, porém, não se confunde com a licenciosidade

O TEMPO É APENAS UMA PARTE DA ETERNIDADE QUE NUNCA COMEÇA, NUNCA TERMINA

I

PRIMEIRAS PALAVRAS

Ler um livro é partir para o até então mundo desconhecido, conviver com acontecimentos, até então estranhos, e conhecer um pouco do autor, o criador daquele universo, que era só dele e passou a pertencer também ao leitor, antes um intruso, um estrangeiro, que de agora em diante compartilha e às vezes determina o rumo e recria em sua mente e em sua imaginação um novo e fascinante espaço - tempo, fazendo estremecer a sólida rocha de seus encantos, com novas interpretações ou vontade de fazê-lo, ou, como no caso da sua obra, diferente sob todos aspectos, participar da mesma criação e das mesmas idéias, louvando-as, aplaudindo-as e segui-las.
Eis o poder de um artista, de um escritor, de um estadista, de um cientista do direito, de um poeta, de contador de histórias, de um artífice da palavra, de um artesão ou de um ourives da imaginação e da inteligência, o arquiteto de um diálogo, de fatos, teses e, porque não, de novos caminhos e mundos, navegando pelas galáxias da imaginação.
E livros, que eu saiba, não dão dinheiro, pelo menos para mim ou para o João Ubaldo Ribeiro, que escreveu há algum tempo, no Estadão (vale a pena saborear seu escrito ), uma preciosa crónica, de extrema atualidade, "Eu quero meu cemildola." Não obstante, quando não se sabe fazer outra coisa, vale mesmo a pena escrever, não importa se dê dinheiro ou não. Se dá prazer, pronto!!! E quando, além do prazer, é uma necessidade do espírito, então, não há outra coisa a fazer, senão, escrever! Escrever! Escrever!...


II

SEGUNDAS PALAVRAS

Pretendia fazer, antes, uma leitura dinàmica, uma viagem sem rumo e sem pretensão, para somente depois ler com mais vagar. Nenhuma estação haveria, nesta primeira andança. Pura fantasia! Ledo engano! Apenas divagação do espírito, porque este se desgarrou do corpo e lá se foi, para a caminhada, que prometia ser fascinante, e ingressou neste mundo fantástico de sonho e realidade envolto de desafios.
As palavras começaram a prender-me. As imagens que se formavam em minha mente, o universo que se criava, cada vez mais, exigiam concentração e dedicação, sem pré - requisitos, impelindo-me, mais e mais, para a jornada confortável e maviosa. Reclamavam profunda e severa meditação.
E, assim, no passeio inaugural, no auge da minha imaginação aguçada, deparei com a apresentação do escritor MARCOS VINICIOS, que cita Alberto da Costa e Silva, anunciando que o tempo é curto demais para os sonhos do homem, mas ouso completar que o tempo é apenas uma parte da eternidade que nunca começa, nunca termina
e
A vida, uma pequena caminhada, pela Terra.
A vida, um salto rápido, por este mundo.
A vida, o prelúdio da morte, que, certamente, não é o fim.
A vida, o antecedente necessário de um mundo melhor.
A vida, o caminho de comunicação entre o homem e o desconhecido.
A vida, o caminho da purificação, se bem vivida.

O corpo, quando invólucro de uma alma sublime,
O corpo, quando invólucro de uma alma pura,
O corpo, quando invólucro de uma alma limpa,
O corpo, quando invólucro de uma alma iluminada,
O corpo, quando invólucro de uma alma luzidia,
O corpo, quando invólucro de uma alma em estado de graça,

Não perece jamais.
Não desaparece.

Apenas se transforma,
Apenas se movimenta.

Vale dizer: se todos se pusessem a pensar sobre os momentos que vive e o que tem feito e o que deve fazer, concluiriam que a vida - esta passagem por este planeta - tem um significado maior que o de mera estada material. Talvez assim os acontecimentos ruins não ocorressem. Tudo enfim é uma grande incógnita. É sonho do ser humano em busca do seu desejo de viver, viver, viver!

III

TERCEIRAS PALAVRAS

O sugestivo título - TAMBORES E CLARINS - é o primeiro alarme e a antevisão de um porto seguro de que o livro será partilhado por todos que tiverem a ventura de o ler, porque, com o autor, vive-se Brasília, enxerga-se o mundo de fora, sente-se o pulsar alegre da sociedade nascente e o cotidiano desta nova cidade ( e de algumas outras, também, pois todo cronista que se preze é universal ) que desponta no centro oeste, com sua cultura própria, suas figuras esbeltas, a força incontida e o prenúncio de que aqui se centrará uma nova civilização, a do terceiro milênio, como adverte Adirson Vasconcelos, com a alegria juvenil, de quem a viu nascer, relembrando Dom Bosco. Apesar dos pessimistas e dos invejosos!
Já em Mulheres Abundam, como em Mulher Sofre, você assusta-se ( e eu também! ) com o número de mulheres que parece superar a quantidade de homens, ainda mais com a ameaça do quarto sexo - os gays - , que estão passando para o terceiro e o terceiro está disputando a vice - liderança. Oh, gays e "sapatãos" que quereis do cronista e por que estais a alarmar com sua liderança sua fértil imaginação? E sente um frenesi quando percebe que elas também governam o mundo e talvez melhor. Quem sabe? E eu também sinto um frio na espinha. Não se há de estranhar, porém, que melhor seria se os dois - homem e mulher - governassem o mundo, concomitantemente.
Você aprecia, sem dúvida, falar com as leitoras ( aliás, é mais gostoso e romàntico dirigir-se a elas do que a qualquer outro contingente!!!) e culpa o marketing pela permissividade, mas, como qualquer ser calejado, já passando para o século XXI, não se surpreende com mais nada, muito menos eu.
Nem mesmo se surpreende com as efemérides, que são tantas de tantas bobagens, a ponto de perderem o significado, a não ser que se refira ao próprio aniversário, o que, para mim, torna-se perigosa sua comemoração, quando se navega para a idade sexygenária, porque, a partir de então, o danado do tempo corre mais do que nunca, até exageradamente, querendo chegar logo ao ponto final ( ou inicial da jornada?!).
E as três histórias baratas ( porque esta mania de estórias? Talvez a DAD possa explicar!!!) assustou-me, já que detesto e tenho nojo de baratas, quanto mais das voadoras. Ainda se fossem as cigarras, que já me renderam uma crónica premiada, não titubearia lê-las. Ah, destas gosto até demais, principalmente do seu canto estridente, tão musical para meus ouvidos) fizeram-me passar a largo desses episódios, pelas razões já declaradas.
Mas logo, a seguir, divirto-me com a trinca de azes e aprendo que os publicitários são homens como quaisquer outros e que, na maioria das vezes, são obrigados a coser os tijolos com que vai construir o edifício de sua imaginação, porque só de inspiração não vive o inventor das idéias. Então que dizer do jornalista e do escritor, que têm de buscar, a duras penas, a matéria prima onde quer que se encontre. Quer tenha ou não inspiração, porque esta, na verdade, é mera desculpa pelo descumprimento do dever de casa!
Puxa, eu que lá vou comemorar, no início do próximo século e milênio ( que romàntico!), se o Glorioso me permitir e tenho certeza de que assentirá, os quarenta anos de amor eterno que prometi a minha amada Rainha ( literalmente, rainha, pois se chama Regina ), não mais o farei em qualquer restaurante ou em qualquer lugar, mas sim no aconchego do meu apartamento rodeado de flores, árvores e das tais cigarras, se vierem cantar fora de época, porque você literalmente me assustou com o que aconteceu com o pobre do Dr. Euclides e a coitada da Dona Isaura. Fiquei arrepiado com a impotência característica de quem é pego de surpresa. Ainda bem que, apesar de tudo, os dois continuaram se amando, suponho. E jamais voltarão a celebrar suas bodas de prata, de ouro ou de diamante, fora de seu doce lar. Com certeza, nenhum larápio os tomarão de surpresa novamente.
Aí, no Nosso Brasil, com o respeito que devo ao excelente cronista, que, do começo ao fim, consegue segurar o feliz leitor que o está lendo, você deu uma escorregadela, quando também usou uma palavra inglesa, marketing, sem aportuguesá-la. Isto, aliás, pode acontecer com qualquer mortal. Mas não é que você tem razão. Há um abuso desenfreado no uso de palavras estrangeiras, sem que tenham sido absorvidas pela língua, porque isso é fatal. Não se há de ser xenófobo ao extremo, porque esse fenómeno é normal. Basta, por exemplo, analisarmos a língua inglesa e constatar-se-á que seu vocabulário se compõe de cerca de sessenta por cento ou mais de palavras de origem latina. E o nosso português, do Brasil, acha-se enriquecido de vocábulos árabes, hebraicos, indígenas e africanos. Mas valeu a bronca, visto que abuso é abuso e este é inadmissível.
E, se quase me estou tornando vegetariano, porque acho absurdo alimentar-me de outro ser vivente, tão querido, qualquer que seja, menos as baratas, depois de me encantar com suas vaquinhas, sinto-me mais próximo de abjurar de vez a alimentação carnívora. E agora uma dúvida, em meio a tantas vacas e bois, quem será o escritor que conversou com Faulkner e lhe furtou o quase título deste tão saboroso livro?
É bom que homens, como você, o Adirson e o Coronel, o do Instituto Histórico e Geográfico do Distrito Federal, não deixam a história se apagar e gravem para sempre que o Toniquinho foi o causador direto da epopéia de JK. Não o conheço mas lhe tenho admiração.
É! O passeio pelo futebol fê-lo lembrar-se do mais destacado dos escritores modernos, o Nelson Rodrigues, que também gostava de futebol. E como! Mas eu não gosto muito ou quase nada. Apenas, durante o campeonato mundial, para torcer para o nosso Brasil.
Interessante o tabu que você pretende se quebre e mostra-se perplexo, porque as mulheres não podem atingir o sacerdócio católico. Realmente, é absurdo. Mas não é só a Igreja que gagueja ainda em permitir-lhe o acesso aos postos mais elevados, juntamente com os homens. É verdade que o Rotary já se abriu e deixou-a livre para compartilhar com os homens, em pé de igualdade, as atividades rotarianas. A porta de entrada, porém, já se acha entreaberta.
De repente, você, em Caracas, rememorando o ruído dos detritos, durante o concerto de Szidon, fez-me lembrar o episódio grotesco do mentecapto, narrado por Fernando Sabino, que me fizera rir como nunca e ainda agora. Felizmente, o de Caracas não chegou aos pés do produzido pelo personagem do autor mineiro. Acho que você sabe a que me refiro. Felizmente, mesmo, para todos!
Não faz tanto tempo assim. Nosso maior Banco impunha-se e representava o país condignamente, como, por exemplo, em Caracas, em Cingapura e em tantos outros lugares. E agora? Melhor não falar. E a limpeza de costumes conseguida nessa longínqua Cingapura?!
Tantas histórias ( e não estórias, pois não gosto desta palavra) são por você narradas criando um universo encantado, que nem dá vontade de parar. Quer-se repetir a leitura, para viver mais sua criação.
Como por exemplo, no Novo México, gelado, desértico, em 1947, que marcou história, com o acontecimento do século - o pouso e a visão dos discos voadores, que você descreve e que podem ser fruto da imaginação, delírio ou pura realidade ( e o pouso histórico na Lua?). Quem sabe? Por que não? Afinal, acabo de descrever em crónica, ainda, inédita, que, no ano 25 do ano 2000 da era vulgar, provavelmente o homem poderá deslocar-se de um lugar para outro, e até para outros planetas, instantaneamente, sem sair de seu gabinete de trabalho e do lado de seu computador ou através de colossais ou computorizadas máquinas inimagináveis. Loucura? Delírio? Talvez. No entanto, há tão pouco tempo a clonagem, a conquista da Lua não passavam de deliciosa ficção.
Contudo, a engenhoca que você marcou como canal da mentira, para mim a maior das invenções, com a privatização, deixou de ser o instrumento de prazer e de necessidade, para se tornar uma fonte de estorvo, tortura e dissabor. Até há pouco, qualquer pobre mortal conseguia da TELEBRASíLIA informações a todo momento. E agora? Tente-se. Enquanto escrevo essas despretensiosas observações, para lhe enviar, toco para o 102, a fim de saber o número de seu telefone e seu endereço, pois quero lhe mandar pelo correio tradicional essa carta. A resposta é sempre a mesma. Fora do ar. Fora do sistema. Daí, é só ler a crónica da DAD, no Correio, de hoje, domingo, e concluir que tenho razão.
Cento e trinta anos de vida, para quem acabava de nascer em 1995. E eu que previ para mim mesmo, na crónica, que citei, há pouco, chegar aos 91 anos, no ano 25, do terceiro milênio, não é mera fantasia. Então, não estou longe de suas conclusões. Isto me alegra. Foi bom ter lido seu livro e, principalmente, esta crónica. Tudo é possível, dentro da lógica cartesiana e da história do homem. Somos otimistas, não por acaso.
Enfim, você escreve bonito. O Clodoaldo, a Maria, o António, o telefone do inferno da famosa PRK 30, o problema do Eixão, que nem o Cristovam resolveu ou quis fazê-lo, povoam as páginas coloridas de seu livro.
Impressiona, contudo, a prédica de que de 2000 passarás. Acho que realmente passaremos, pois agora faltam apenas 2 meses e alguns dias. Não obstante, você tem razão, quando mostra o absurdo das crenças de que do ano 2000 não passarás, posto que quantas e quantas civilizações não se criaram e se extinguiram por séculos e milênios afora? Isto faz-me repetir que o tempo é apenas uma parte da eternidade que nunca começa, nunca termina!
Quantas coisas mais você escreve nesse caleidoscópio de crónicas, como aquela do ET, quando você então deixou a leitora de lado, para se dirigir ao leitor, e fazê-lo crer que um habitante do espaço pode estar ao seu lado ou sentado em seu colo.
E que bom advogar a supressão do automóvel, para voltar à belle époque, quando não se morria, como agora, de morte matada pelo automóvel, de poluição desse mesmo automóvel, de desgosto de ser assaltado com seu próprio automóvel!!!
Ou, então sua grita, como eu grito também, com todas as forças de meus pulmões e de minha garganta, contra a impunidade e dos que querem abolir a pena e a prisão, porque o Estado está impotente. O pior é que o julgamento dos assassinos de Daniela Perez já ocorreu e os meliantes estão para serem soltos, porque cumpriram alguns míseros anos de prisão e logo estarão aptos para cometerem outros crimes e usufruírem das delícias da liberdade, sem o merecerem.
Mas a máquina do tempo existe mesmo e em todas as partes. Não é só no longínquo território colorido da Ásia, como também aqui. Basta viajar um pouquinho, pelo Brasil afora, e você verá. E garanto que viu.
E você seguiu mais adiante do que eu fiz, na já referida crónica, quando prevê na China ( eu não disse onde se daria a composição entre os dois sistemas ) a fusão dos dois sistemas políticos. Talvez, lá no longínquo império, onde Marco Polo viu as maravilhas ( há quem diga que é uma grande mentira sua espetacular viagem!!!) nasça realmente um novo mundo.
Orlando, Orlando, Orlando! Miami. Por que você não preferiu Marajó, e então poderia descrever os búfalos e a natureza candente colorida, alertando todos que a felicidade existe e aqui no Brasil, mesmo. Não é preciso sair de casa. Basta correr pelo Brasil e ver-se-á todo o universo representado, in natura.
Novamente, você faz o leitor encontrar-se com o Nelson Rodrigues, desta vez para falar da religião. Eis o que penso dela: Com o estudo das diversas tradições religiosas, fácil é concluir-se que a essência das coisas é a mesma em todas as religiões e consciências, não importa o tempo, nem o espaço, variando apenas a forma e os caminhos do percurso, convolando o pensamento de que Deus é um, ou a pluralidade na unidade - essa Energia infinita e desconhecida, mas presente em tudo.
Assim entendo Deus.
Assim entendo a visão holística do universo.
Assim entendo o mundo em que vivemos.
Assim entendo o passado, presente e futuro.
Assim entendo a eternidade.
Assim entendo o infinito.
E não abro mão.
O problema é que antevejo não uma guerra ideológica, política, económica, senão religiosa, provocada por fundamentalistas de todas as religiões.
E porque não começar uma luta feroz contra a má televisão, má comunicação, pedir à dona Mariazinha, do shht, que se preocupe com esses programas malucos, que são verdadeiras escolas do mal?
Coitada da moça, de Pernambuco, que furtou uma lata de talco da loja onde trabalhava, talvez para se perfumar e não sentir mais o suor da miséria em que vive. Esta, sim, é punida, mas e os grandes larápios e ladrões dos cofres alheios e públicos? E sua conclusão vem bem a calhar.
E por falar em Língua e Academia e turismo, você bem que poderia empunhar na sua coluna dominical, já tradicional e das mais lidas, a bandeira em favor da língua, contra a supina ignorància de tantos, ditos doutos, letrados e sabedores da verdade, que na televisão, nos congressos, nas aulas, nas academias, em toda parte, não sei se, por má - fé ou só por ignorància, trocam palavras, torcem sentidos, usam o você com o teu e assim por diante, maltratando os tímpanos de quem os ouve e fazendo desaprender o bom português que os bons mestres e a boa leitura ensinaram. Aproveite para chamar a atenção para a grande indústria do turismo, pelo Brasil, que tem o que mostrar ( e como!) e poderia tornar-se a redenção da economia. Você sabe disso e das coisas. Só eles não perceberam.
Aquelas do português são imperdíveis! Porque? Simplesmente, porque respondem o óbvio ululante do Nelson Rodrigues. Basta parar para pensar um pouquinho. E a conclusão? São mais inteligentes do que nós! E com aquela do pinguim o lusitano repete as aulas de sabedoria e de humor.
Para tristeza, estou chegando a 1998 e as crónicas estão-se acabando à espera de outras tantas, saborosas, com tanta pimenta e tempero e talvez com tanto adoçante e chocolate que satisfaçam nossa alma, ávida por bons quitutes literários, na esperança de que também o orgasmo espiritual seja saciado, na gostosa ansiedade, que precede o amor e, segundo a bem-aventurada escocesa do seu escrito.
Você dá uma verdadeira aula de tolerància e civismo e amor, ao terminar seu livro com Brasília e com o brasileiro mal educado e ainda porco, como dizem os endinheirados e desavergonhados gringos, visto que na verdade isso tudo denota uma insensata discriminação e intolerància desconhecidas no Brasil, porque seu povo é, graças ao bom Deus, produto da miscigenação do negro, do branco, do judeu, do árabe, do chinês, do japonês, do índio, sim senhor, e de tantos outros povos, amalgamado pelo descobridor lusitano, projetando ao mundo a verdade bíblica:

"Ele ama a retidão e a justiça; a Terra está cheia de benignidade do Eterno... O Eterno olha lá do céu, vê todos os filhos dos homens. Lá do lugar da Sua habitação, dirige Seu olhar para todos os habitantes da Terra. É Ele quem forma o coração de todos eles, quem considera todas as suas obras" (Salmo 33).

Eis, seu universo. Ninguém é vazio bastante que não tenha o que dizer. Todos os seres têm dentro de si algo significativo para transmitir.
Mas, você, sem dívida, demonstrou que é uma fonte perene de ensinamentos para doar e transmitir!
Eis, meu bom amigo, neste fim de século e início de um novo milênio que poderá ser o começo da idade de ouro espiritual.
E assim a viagem se fez bela, encantadora e sublime!
Parabéns.



Leon Frejda Szklarowsky:.




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