O que tenho de comum
Com este teu ser exposto
Às manipulações instintivas,
Nessa teia de atos e fatos
Que nos torna a todos
Causa e efeito, decorrentes
De forças primárias cuja origem
Podemos até vislumbrar,
Mas cujo destino ao qual
Somos levados, a razão não alcança
E nem precisa alcançar
Temos tudo em comum,
Pois somos parte da mesma essência
De onde viemos e para onde retornaremos.
Só não entendo o por quê.
No máximo, desconfio como
Surgimos e para onde iremos,
Mas nunca por que tudo
Ocorre dessa maneira, dos meios,
Do destino, do fim, se haverá um fim.
Devo me harmonizar com este ciclo
Infinito, com esta teia
De causas e efeitos para poder ser feliz?
Devo construir minha própria felicidade,
Procurando me desvencilhar
Da trama que nos aprisiona
Que nos torna regentes ou regidos,
Sem quê, nem pra quê?
Ou devo buscar uma felicidade
Suprema, utópica, talvez,
Num mundo distante que não vejo,
Que posso imaginar vagamente,
Sacrificando eventuais estados
De felicidade, aqui e agora?
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