Miragens
Cristina Pires – 28/08/2003
Acendi um cigarro e fui à janela.
Estrelas, cintilavam num firmamento,
Por entre escombros, rutilantes, ao vento...
Ao longe, dois levitas, velam a ruela !
Caíam, do céu, gotinhas silenciosas,
Que, anteviam humilhações sibilantes
Nas vozes escondidas, passos errantes,
Dos trovões sacros, pelas vias dolorosas.
E o fumo, esvai-se em brancas nuvens.; vai mudo,
Em direcção ao Céu, levando, voraz,
A mensagem, selada, em lábios carnudos.
Deixo a janela, adentro no Além da Noite,
Recosto a mente na almofada mordaz...
Rogando asilo, à Lua, pedi que me acoite !
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