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Contos-->Tarde de Amor -- 06/04/2003 - 19:16 (Lílian Maial) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Naquele dia Wilma ia encontrar-se a sós, furtivamente, pela primeira vez com seu novo amor - Márcio - um homem alto, forte, determinado, daqueles que sabem o que querem, e como consegui-lo - em um motel, numa hora que todos estão trabalhando.
Havia caprichado no banho, no perfume, na roupa íntima, nos cabelos, enfim, preparada para matar.
Ele, por sua vez, um delegado de polícia, acostumado aos maus tratos da vida e, por isso mesmo, sabendo muito bem aproveitar os bons momentos. Apesar da dureza da profissão e de seu tipo físico avantajado, era possuidor de gentileza, cultura e educação como poucos.
Chegaram no quarto que ele havia cuidadosamente escolhido, local reservado, com sauna, piscina, suíte de luxo, e Wilma tratou logo de reconhecer o ambiente, alegre feito menina. Ligou o ar, o rádio, acendeu luzes, apagou outras, ajeitou o ninho de amor.
Depois de algumas doces palavras, beijos e abraços, fizeram amor como dois bichos, com fome, sede, voracidade, volúpia.
Wilma achava que morreria a cada gozo.
Via nos olhos de Márcio o desejo, o fogo, a paixão.
Quanto mais trocavam carícias, juras, suspiros e gemidos, maior ele parecia aos seus olhos.
Bateu a fome, e resolveram pedir almoço. Mas... e o telefone? Mudo. Não teve Cristo que fizesse o mudinho falar, nem mesmo a autoridade do delegado.
O homem já estava tenso, vestindo-se, colocando a arma na cintura (Wilma temera pela vida da recepcionista naquele momento), quando ela recorda ter visto o telefone do motel em algum lugar, e teve a feliz idéia de ligar do celular. Deu certo. Atenderam. Puderam fazer o pedido, mas com um certo delegado meio nervoso.
Felizmente veio tudo certinho, almoçaram, e o resto do dia foi de sonho.
Após o banho, ele delicadamente ajeita os chinelinhos, daqueles de motéis, que vêm acondicionados, necessitando que se encaixe a parte dos dedinhos, para que fique com aparência de calçado.
Wilma achou fantástico que aquele homem alto, vigoroso, másculo, se preocupasse com seu bem-estar e montasse os chinelinhos para ela e para ele, os pares lado a lado. Ela os calçou e foi para a piscina. Quase morre de rir, quando ele surge na porta com os seus chinelinhos, mas sem conseguir dar um passo, pois a tira entre os dedos soltara, e ele mais parecia um mergulhador pelado, com seu pé de pato arrastado pelo deck da piscina. Após a sessão de risadas, ele ainda atira com o pé um dos chinelos longe, e o dito cujo cai na água, do outro lado da piscina.
Márcio então mergulha e se encaixa em Wilma, para viverem mais uns momentos tórridos de amor.
De súbito, Márcio salta da água, alcança sua pistola ponto 40, e aponta para o meio da piscina, de maneira instintiva. Passado o susto, ambos verificam, às gargalhadas, tratar-se do chinelo, em sua perseguição implacável, que boiava na água, e havia tocado o braço de Márcio.
Wilma, então, conserta o chinelo e o coloca ao lado do seu, para que os dois não escorregassem ao saírem da piscina.
Depois de um bom tempo na água, decidem tomar banho de chuveiro para irem embora.
Logo ao entrar no box, Márcio vem com seu pé de pato, a passos largos, elevando as pernas como um ET ensandecido. Nova gargalhada, novo chute para o ar, e o chinelo vai parar no ralo do chuveiro.
E não é que o danado tampa o ralo e forma uma poça no box, para em seguida navegar até os pés de Márcio? Se um dos dois fosse espírita, ia imaginar que alguém queria dar algum recado...
Secam-se, vestem-se e voltam à realidade.
Até hoje não sabem se sonharam ou se viveram aquele dia de intenso e puro amor. Não fosse por aquele chinelo no banco de trás do carro...


Lílian Maial
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