A turma que aqui está
Não tem muita experiência.;
Irá ter necessidade
De abusar da paciência.
Foi de maneira sofrida
Que vencemos a primeira.;
Só se tivermos ajuda,
Findará a tremedeira.
Eis aí, bom amiguinho,
Finalmente, estamos juntos.;
Em matéria de poesia,
Procuremos os assuntos.
Cultivemos um jardim
De flores muito cheirosas.;
Plantemos belo jasmim,
Cravos, cravinas e rosas.
Quando se trata de flores,
Aparece o jardineiro,
Trazendo belas mudinhas,
Para plantar no canteiro.
Mas jardim e jardineiro
São termos tão-só simbólicos.;
O que queremos dizer
Não são assuntos bucólicos.
Não se preocupe, irmãozinho,
Com o mau terceto acima:
Chegada a hora da rima,
Receberá mais carinho.
É evidente, caro amigo,
A nossa fragilidade,
Os versos só se completam
Com grande dificuldade,
E ainda assim por favor
Da nossa velha amizade.
Apesar de tudo, estamos
Melhorando o desempenho.;
Por certo, quando encerrarmos,
Repousaremos o lenho.
Nem sempre têm bom sentido
Os versos que elaboramos.;
Mas a verdade é que todos
São troncos que estendem ramos.
Eis aí uma quadrinha
Que fizemos de improviso.;
E mais esta também vai
Demonstrar o nosso siso.
Aliás, se algum tivermos,
Iremos abandonar
Esta mesa respeitável,
Cedendo a outro o lugar.
O caro amigo escrevente
Deve aguardar um pouquinho,
Pois é hábito da gente
Andar bem devagarinho.
O caro amigo entendeu,
Finalmente, o que dizíamos,
Desde que se resolveu
A ir por onde nós íamos.
Agora sim ficou ótimo
O ritmo desta poesia:
Quase que fomos banhados
Por um jato d’água fria.
Encontramos, finalmente,
Mui perfeita conexão
Entre o desejo do grupo
E a vontade deste irmão.
Quem sabe agora faremos
Versos que valham a pena.;
Basta deixar que digamos
Quem entrará nesta arena.
Com um pouco de paciência,
Tudo na vida se faz.;
Com um pouco de ciência,
Muito amor e muita paz.
Veja só, bom irmãozinho,
Como vão bem estes versos.;
Espere mais um pouquinho
Que ditaremos diversos.
É bom ir-se preparando
Para o final do ditado:
Não é sempre que ficamos
Por tanto tempo a seu lado.
Mas não sinta decepção
Pelos versos pequeninos,
Pois são só por treinamento,
Brincadeira de meninos.
Agradeça a Deus, em prece,
O dom da mediunidade,
E sinta, no coração,
Imensa felicidade.
Parece-nos que deixamos
A marca de nossa mão.;
É por isso que acenamos
Com amor ao nosso irmão.
Finalmente, agradecemos
A bondade dos mentores,
Pois são a causa primeira
De nos tornarmos melhores.
Eis aí, bom amiguinho,
No que deu nossa poesia:
Começamos tristemente,
Findamos em alegria.
Fizemos as despedidas,
Talvez um pouco apressadas,
Mas agora vamos indo,
Abrindo nossas passadas.
Nosso adeus, caro irmãozinho,
‘Tá difícil de sair,
Mas dizemos, com carinho:
— “Ciao”, amigo Wladimir!
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