*Verso do poeta Daudeth Bandeira,
em seu Cordel "SEMENTE DA POESIA",
publicado nesta Usina de Letras
em 08/08/2004.
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No mote:
De Cervantes viu-se o prélio
Com vastos moinhos de vento
Do escaldante sentimento
Foi Florbela retirante.
Em Homero, anunciante
Da Odisséia Ocidental
Prenuncia-se Cabral
Em sua Saga Severina
Na postura nordestina
Em seu terso alevantar.
A poesia é semente
Que nasce em qualquer lugar.
De Juan Rulfo o mistério
Nas planícies mexicanas
Diz a história americana
Que Neruda e Cortázar
Foram vozes a cantar
De humanismo e liberdade.
Euclides disse a verdade
Do valor da nossa gente,
Que não se vergou cadente
Ante o injusto amordaçar.
A poesia é semente
Que nasce em qualquer lugar.
Saramago hoje é um sério
Protestante da justiça.
Foi Pessoa com a castiça
Índole de sua língua
Quem deixou a dor à mingua
E nos encheu de esperança
Ao batizar-nos co’a herança
De seu Deus - de sua lente
Por sermos seres brincantes
Nesse eterno caminhar.
A poesia é semente
Que nasce em qualquer lugar.