Lembra-te de mim:
Sou aquele que tenta não te esquecer
E se deixa, atônito, esperando a tua volta que não acontece.
Farto de dias, escondo-me por entre tuas figuras
E me canso, e me bato, prisioneiro que sou de uma ilha deserta.
Lembra-te de mim, amada, não te esqueças,
Amarra se quiseres
Um pequeno barbante na ponta do dedo
De forma que não esqueças aquele que te aceita.
Faça de conta que sou teu aluno, mau aluno, que perturba
Tua aula e corre entre as carteiras,
Apagando as letras de tua lousa.
Me quedarei em brasas, aguardando a sentença de tuas mãos.
Aguardarei tesouros, abraços antigos, flores que ainda não estão mortas.
Lembra-te que sou tua figura, mal desenhada,
Simetricamente desenquadrada
Alheio a outros cantos escondidos,
Onde já me comprometi contigo.
És minha trilha, sou teu sol.
Caminhemos juntos em direção ao abrigo
Celebremos unidos esta grande criação chamada vida
E bebamos da mesma água, saciemos nossa sede
Mesclados no mesmo filme interminável.
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