Num dia, sua vida está uma zona. Você está na maior crise existencial, nada dá certo. E no outro, pam! Parece que a solução pra tudo apareceu assim, do nada. Eu não vou tentar explicar por que isso acontece. Apenas acontece, e muda a vida de alguém. Ou depois passa e fica na memória como o dia em que esse alguém poderia ter sido o dono do mundo.
Tive a oportunidade de ver isso de perto. Uma moça, que não sou eu, viveu um dia assim. Ela acordou com ímpetos de resolver a vida: abandonar a insegurança e seguir a profissão certa, fazer o que ela ama e sabe fazer; deixar o orgulho de lado e ir atrás daquele cara, encostar-lo na parede, pro tudo ou nada, mesmo correndo o risco de ouvir a resposta que ela teme. Decidiu ir fundo nas decisões que tomasse, apesar dos riscos inclusos. Tudo, porque percebeu que as coisas importantes envolvem riscos, pois sem riscos não há conquista. Ela só não parou pra pensar que isso traria conflitos internos. Claro, ela estava rompendo com o que, para ela, era incontestável.
No dia seguinte ao "da solução", ela estava deprimida como nunca havia estado. Isso, por sua impaciência, por querer que as coisas mudassem de acordo com seu pensamento. Impossível! Até porque havia uma certa resistência de sua família quanto ao caminho que queria seguir (não propriamente pelo caminho, mas por ser diferente do que eles esperavam). E aqui, ela decidiu que não cometeria, pela enésima vez, o mesmo erro: ceder para evitar uma discussão. Não que ela gostasse de brigar, mas era a vida dela... Já era hora de fazer escolhas. As certas!
Ela sobreviveu ao seu dia depressivo. Parou, pensou e decidiu ser feliz. No caminho, no amor. Com isso, sua família estaria feliz também. E foi o que fez! Deu tudo certo? Não sei! É cedo pra dizer. Mas algo é certo: ela, agora, está bem, depois de assumir quem é e o que quer. Faça isso! Corra o risco! E se não der certo?! Paciência! Era um risco, e você assumiu!
10/11/02
Ana Rachel de Azevêdo
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