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Cronicas-->Histórias de apagões - Marcos -- 22/12/2002 - 12:34 (Renato Rossi) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O apagão estava programado para as 16:00. Faltava um minuto e Marcos entrou no elevador às 15:58. Isto pelo seu relógio. Na concessionária já era 16:05, imagina-se que devido ao fuso horário. Como de costume, deram cinco minutos de tolerància. Só cinco.

A porta fechou, o elevador começou a descer. Parou. A luz apagou, não há luz de emergência. Marcos tateou até encontrar o interfone. Tentou ligar para a portaria, mas não teve sucesso. Tateou mais um pouco e descobriu que o fio do interfone estava arrebentado. Começou a gritar, mas sentiu-se ridículo, não sabia se gritava "oh, hei" ou "SOCORRO". Maldito receio do ridículo. Gritava baixinho, se me entendem: socoooorro

Como ninguém respondeu mesmo, desistiu. Imaginou que alguém notaria que o elevador estava parado no meio do percurso e haveria de salvá-lo. Maldito otimismo. Quem, no escuro, iria lembrar de olhar o painel do elevador?

Estes elevadores modernos já não têm o clássico banquinho do ascensorista, de modo que teria que sentar no chão, mesmo considerando que estava com o terno novo. Sentou. Seus olhos, no escuro, ficavam se movimentando, como se tivesse algo a olhar. Da direita para esquerda. De cima para baixo. Da esquerda para a direita. De baixo para cima. Examinou cada detalhe do elevador, como se enxergasse alguma coisa. Tateou cada centímetro das paredes, do teto e do piso. Inútil. Descobriu cinco clipes, sendo dois já estragados, dois chicletes grudados no piso e um no teto. Continuou tateando. Descobriu exatas sete càmeras de TV, instaladas para segurança dos passageiros e do próprio condomínio. Pensou riscar um fósforo na frente de uma delas, mas já não fumava e não tem o hábito de carregar fósforos. Não adiantaria, sem energia, as càmeras não deviam funcionar.

Desistiu. Adormeceu. Sonhou.

No sonho estava tudo escuro, e longe uma pequena luz vermelha. Aproximou-se da luz e póde ver que embaixo dizia "emergência". No sonho ele não se sentia propriamente em uma emergência, mas não pode resistir à tentação de apertar o botão vermelho. Chegou a pensar que poderia ocasionar uma guerra nuclear, mas depois se deu conta que não há botões assim, soltos por aí, mesmo em sonhos.

Apertou, como quem coloca o dedo no nariz. Explodiu.

Acordou.


Escrito em 23.05.2001
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