Verdadeiro
O que não será verdadeiro, senão tudo aquilo que ocupa fisicamente os espaços? Claro, até a folha de madeira supostamente pintada e prensada é verdadeira pois ocupa um certo espaço, embora tendo um menor prazo de validade. E assim são as amizades, os amores vazios e sedentos, a família que celebra o Natal harmoniosamente, tendo como celebração de início de um novo ano, o assassinato de algum membro por questões meramente burocráticas. A vida e a morte também são verdadeiras, tal qual a luz e a escuridão. Os espaços são verdadeiros, então porque questionar a existência da verdade, ainda que exista a mentira? A verdade precisa mentir para ter fôlego e sobreviver às regras da selva vazia e sem cor. Dizer a verdade, é sempre um risco, mas viver na mentira é sempre uma corda bamba que de uma hora para outra, despenca ao abismo. Sem retorno. Ambas, são irmãs gêmeas da consciência inabitada que empobrecem as relações e dão uma falsa impressão de viver bem vendo sempre a quem, onde o amém encerra o capítulo final da dualidade de ser falso e verdadeiro. |