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Artigos-->Devagar com o andor, ou "Palestinos vs. Israelenses" -- 28/04/2002 - 22:45 (Penfield Espinosa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Tem sido muito triste ver os atos terroristas do atual Governo de Israel contra civis palestinos. Assim como tem sido triste ver os atos terroristas de palestinos contra civis israelenses. Qualquer terrorismo é condenável, e o terrorismo de um Estado forte, supostamente cvilizado, contra uma população miserável e tecnologicamente atrasada é mais condenável ainda.



Contudo, é preciso algum cuidado: por maior que seja nossa indignação, é um erro igualar o povo de Israel, e os judeus em todo mundo, com o atual governo de Israel. Também é um erro igualar o Estado de Israel como atualmente inplantado, com o povo judeu e sua história.



Em primeiro lugar, muito dos críticos presentes e passados dos governantes de Israel e até mesmo da criação do Estado de Israel, são ou foram judeus. Até mesmo muitas das idéias éticas mais avançadas pelas quais se condenam os atuais Estado e governo de Israel, e outros estados opressores, foram apresentadas por autores judeus.



E não são exceção: muitas das idéias éticas que esses pensadores ofereceram fazem parte da melhor tradição da cultura judaica.



Por outro lado, não se deve atribuir a ética exclusivamente à cultura judaica: a ética faz parte das melhores tradições culturais de toda humanidade. Junto com outras más qualidades, é forçoso admitir.



É decepcionante que parte significativa da comunidade judaica que nos habituamos no Brasil a ver defender a causa da democracia e dos direitos humanos, agora apoiem os atos terroristas do atual governo de Israel. Mas nem mesmo os representantes atuais da comunidade judaica no Brasil são de fato o povo judeu, daqui e de todo mundo.



É uma situação tremendamente delicada.



A própria fundação do Estado de Israel já foi um fato, no mínimo, pouco diplomático. A Inglaterra, à época chamada de "pérfida Albion", era a potência colonialista que se considerava dona da Palestina, além de outras partes do mundo. Sem nenhuma consulta à população palestina, os ingleses definiram que parte do país seria o Estado de Israel. E pronto.



Trouxeram da Europa uma população traumatizada pelos horrores do nazismo e a instalaram em terra de que eles não eram donos. Para complicar, parte dessa população tinha treinamento militar, como os judeus da Polônia. Alguns deles, como Menahen Begin, criaram milícias que eventualmente passaram pelo terrorismo.



E assim, desde o início, começou uma situação confusa e complexa. Um povo assustado em uma terra que não era claramente deles, mas de um outro povo, em estado tecnologicamente medieval.



A Inglaterra não criou só essa situação delicada. Países como a Nigéria foram criados desta forma talvez descuidada. Na Nigéria, tribos historicamente rivais foram forçadas a constituir um país. Com os conflitos previsíveis.



Talvez por estratégia colonialista (o dividir para reinar), talvez desconhecimento ou desprezo com a cultura e história dos países que dominavam militar e comercialmente.



De lá para cá, as coisas não melhoraram muito. Por um lado, a cultura quase medieval dos palestinos, pouco à vontade com quem, sem consultá-los, ocupou suas terras. Por outro lado, pessoas de outra tradição, por muito tempo oprimidas, agora com o poder e a tecnologia militar nas mãos. Para piorar, fanáticos religiosos religiosos de ambos os lados.



Apesar de qualquer coisa atual, apesar de qualque coisa, houve belos sonhos na história do Estado de Israel: os que idealizaram o Estado, os sionistas, tinham idéias socialistas. Muitos dos comunistas antigos, pré-Stalin, eram judeus. Houve idéias interessantes, como os kibutz, onde a propriedade era coletiva.



Hoje, a população de Israel foi bastante mudada, com a extensa imigração de gentes de países com menor tradição democrática que os europeus originais. Essa população tende a votar em governantes menos democráticos, como os atuais, de partidos de direita.



A situação, no mínimo, é desesperadora para quem está do lado de fora e pode se dar ao luxo de ser pessimista. A cada ataque militar israelense contra a população civil palestina ou seu esboço de governo, um contra-ataque das organizações palestinas contra a população civil israelense. E aumenta o ódio de parte a parte.



Os chamados colonos de Isral, tentam ocupar áreas fora dos limites acordados com a ONU. Por outro lado, aumentam mais ainda aqueles que entre árabes e palestinos não admitem nem mesmo a existência do Estado de Israel.



Para ver qualquer esperança, é preciso algo metafísico, pois a situação objetiva não inspira nenhuma esperança.



É uma pena que religiões que pregam a tolerância e o respeito com o estrangeiro e o diferente, como são o islamismo e o judaísmo, sejam usadas para justificar o ódio e mais desrespeito justamente ao estrangeiro e o diferente.



De qualquer forma, ao estrangeiro, que não seja palestino e nem judeu, só resta tentar um equilíbrio que não é possível a quem está lá, e tentar condenar, com o devido cuidado, apenas aquilo que é justo condenar.



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