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Contos-->O MENINO QUE NÃO PODIA ANDAR -- 31/03/2003 - 19:04 (Edmar Guedes Corrêa****) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
O MENINO QUE NÃO PODIA ANDAR



Havia um garoto que não tinha outro prazer na vida a não ser o prazer da leitura. Era um menino diferente de todos os outros meninos. Nascera deformado e por isso não podia andar, correr e brincar. Passava quase todo o tempo sentado numa cadeira de rodas; mas era um menino feliz.
Ele raramente saia à rua, não viajava e nem conhecia outros lugares, quase não conhecia outras pessoas e não tinha amigos; mas mesmo assim era um menino feliz.
Era um menino feliz porque em sua casa havia muitos livros: livros antigos, outros nem tantos e outros quase novos. E esses livros não decoravam só a enorme estante da sala; ele os lia.
Quando ele pegava um desses livros para ler, conhecia pessoas e lugares de todo o mundo. Na verdade, era como se ele tivesse ido àqueles lugares descrito na história, conhecido aquelas pessoas e vivido as mesmas situações tal qual elas. Então ele se emocionava; e às vezes ele ria, outras ele chorava e ficava espantado. Se por um lado ele nunca poderia ir àqueles lugares, pelo menos os livros o levavam até lá. E por isso ele era um menino feliz.
Com o tempo, o menino foi crescendo e aprendendo mais com os livros. Ele se tornou um rapaz alto, de cabelos negros e longos. Não ficou um rapaz bonito, capaz de despertar o interesse das garotas, todavia ele não se importava com isso: havia a leitura para confortá-lo.
Foi ficando mais velho, maduro; e os livros o acompanhavam sempre. Sua vida poderia ser contada através dos livros na estante da sala.
Agora ele era admirado por todos em sua casa. Ninguém sabia falar mais corretamente que ele; ninguém sabia compreender o que se passava no mundo melhor do que ele; ninguém sabia tantas histórias do que ele. Por isso ele também passou a ser admirado e respeitado pelos seus vizinhos. Todos o chamavam de “O intelectual”.
Um dia ele também resolver escrever as suas próprias histórias. Sabia escrever bem e com clareza. E assim o fez. Em poucos dias havia escrito o bastante para compor um livro.
No começo foi difícil, pois temia o fracasso. Relutou em publicar seus contos, mas finalmente consegui publicar o seu livro.
Contrariando suas expectativas, em pouco tempo o livro se tornou um sucesso de vendas. E aquele menino preso a uma cadeira de rodas, que não saia para lugar algum, se tornou um escritor rico e famoso. Ninguém mais reparava na sua condição de aleijado. E de pouco a pouco foi adquirindo uma legião de fãs por todos os lugares.
Certo dia, alguém lhe perguntou a quem ele devia todo o seu sucesso. Ele, sem pestanejar, respondeu:
-- Primeiro aos meus pais; depois aos meus livros que pude ler.
E assim, outros livros vieram com o mesmo sucesso. Suas obras foram traduzidas para diversos idiomas, mas ele continuou aquele homem simples, preso à cadeira de rodas, rodeado de inúmeros livros. E toda vez que alguém lhe perguntava o que havia feito para tornar-se um escritor famoso, ele simplesmente respondia:
-- Li muito!
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