Enquanto não vens,
dói-me o corpo de
saudade
Agora, jogo ao vento meu orgulho e dor para acolher-te, novo em folha, como na primeira vez
Espero-te, amado, com a mesma ansiedade de amor,
Quero dar-te dias cheios de cor,
Horas longas do mais profundo calor,
aquelas de beijos e ternuras, taças e poemas, em que o dia amanhece em festa, querendo mais beijos, querendo mais gozo, querendo mais vida.
Eu tenho medo do que digo
temo não teres em ti essa paixão que tenho
temo não seres o meu cavalheiro que fostes antes,
aquela criatura apaixonante que amei tanto e ainda amo
Eu te espero, quero-te logo,
para mostrar-te que não te enganas e que só tu podes fazer a minha aurora todo dia
Sei muito de ti
sei muito mais do que imaginas
porque conheço
a emoção profunda da tua alma,
aquela que escondes, mas eu vi
por isso temo, por conhecer a tua dor, por saber que nunca foste quem tu és,
por saber que sempre foste o que queriam de ti, por isso eu temo
digo-te, meu amor, só quero de ti tua alegria,
só quero de ti o que queiras buscar em minha alma,
só quero o que vier de ti
ah, quanto aprendi da tua dor,
quanto em mim mudou em paciência e renúncia,
quanto de mim aprendeu da fragilidade do outro,
quanto de mim sofreu e se refez
sempre ando a me despedir de ti
para que entendas o meu amor
para que compreendas que o sentir profundo não se agarra, não se prende
para que entendas que o meu amor te liberta para seres quem és,
para me amares na mais profunda liberdade do ser
o amor é isso - um estar contente, um dar ao outro a exata dimensão do SER
de cada UM
eu te amo e quero te ver contente!
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