Lágrimas Perfumadas: Josenildo Barros: Campina Grande/Pb: 1988. 59p.
Por: maria do socorro c. xavier
Poeta campinense, autor de três livros: Vidas Sem Rumos, Lágrimas Perfumadas e Porquinha Zefa. Também os opúsculos: O Ser poeta (1997) e Aquela Menina (1998), ambos de poesia.
A poesia de Josenildo é plena de sentimentos intensos, de amor à vida, ao momento, à s pessoas, ao amor vário, à paixão, no acontecer de sua vida, sem rumos.
Em Lágrimas Perfumadas há de tudo um pouco. Modernista na forma, predominando nela uma essência lírica e romàntica. Os versos saem para expressar os diversos estados d´alma, ao refletir algumas fases, num transe conflituoso, muitas vezes transparecendo uma nostalgia infinda. Há poemas, versos com imagens de singular beleza, como "lágrimas perfumadas", "menina-mulher" e "espelho da vida".
Uma poesia marcadamente sentimental; há um desejo de lirismo apaixonado, que é o forte em seus poemas. Os sentimentos humanos universais, como a gratidão, o afeto, estão presentes em sua obra, a exemplo de "perdoa", "agradeça", "papo" e "arkana".
Aparece em Josenildo um amor cósmico, espelhado em "natureza", "mar" e "pássaro", também bonitos poemas.
O que está quase ausente em sua obra é o cunho social. Não se compromete com o contexto vigente, como se vivesse no melhor dos mundos possíveis, imerso num universo sentimental e íntimo, apenas.
Possui um espírito independente, Ã s vezes até irreverente. Diria, há um divórcio entre sua vida,sua classe social e sua poesia. Dilui-se num niilismo individualista.
Poeta com sonhos grandiosos e isolados, sem lugar ao sol, pela excentricidade do seu viver. É um menino-grande narcisista-afetivo, carente, que chora suas dores interiormente.
O autor escreve com simplicidade linguística e despreocupação artesanal. Com o tempo, com certeza se enriquecerá e experimentará outras fases e temáticas no seu produzir poético, na medida do seu amadurecimento intelectual.
Acredito, enveredará por outros caminhos, "nunca dantes navegados", tão logo, sinta tal impulso.
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