Um velho costume
que ainda tenho, é de durante a noite,
olhar para o céu profundo,
pesquisando com o olhar, aquele
longínquo mundo - estrelas de Deus
obras de seu maravilhoso engenho.
E naquela contemplação sincera,
em que ponho todo meu empenho,
as vezes sinto-me tristonho e pensando,
muitas vezes, iracundo:
- não sou mais um vagabundo
na vã e inutil tentativa a que venho.
Olho-as todas, tristemente enamorado.
Por que não tenho asas ligeiras,
para alcançar todo céu estrelado?
E ao longe, muito longe
em imensa reta, estrelas são
musas alvissareiras, mas nunca
ouvem, os triste suspiros
do poeta!
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