Certa vez, coloquei a batina no cabide e resolvi sair à paisana. Queria justamente olhar as pessoas à volta e observar como elas conseguem ver através das roupas, a tonalidade momentânea da moral e dos bons costumes. Percebi que o preto da batina as impedia de reverlar-se a si pois pensavam estar diante de um tribunal de júri. Então, mansamente elas se apresentavam como guardiãs do livro dos escribas. Não fui notado e por uns poucos, fui visto com certo olhar de observatório pupilar com questões em incubação. Por hora, algumas olhavam, outras acenavam e algumas até se aproximavam sem receio do julgamento que a cor preta lhes imperava no juízo abstraído dos ensinamentos farisaicos. Retornei à casa paroquial e me vi ante o espelho com a batina em algodão flexível, e notei que a cor preta não ajuizava nenhuma sentença. O reflexo do olhar ao espelho, retornava à cor quase a pedir uma autoridade presumida. As demais cores assistiam a apresentação da cor sóbria silenciosamente numa plateia colorida onde as falas representavam os pensamentos sem qualquer ruído. Atentei a todas elas e não obtive a resposta que desejava. O desejo ao sacro ficou nas nuances das cores que, harmoniosamente pintavam os céus no ponto de encontro entre a guerra e a paz.