Tarde linda, sente-se o frescor da primavera,
porém, há alguma coisa triste no ar...
também uma sombra a vagar,
cheia de amargura...
é a minha vida... é quase nada...
É como uma figura que debruça,
na impenetrável mágoa que se reflete
uma poça d água fria e escura...
Uma brisa suave que embriaga,
vem das sombras... ela trás o lamento
que pouco a pouco vai ferindo
meus ouvidos.
Há um murmúrio no ar. Assim jaz o
sofrimento de um grande amor.
Sábado à tarde!
E esses murmúrios são minha dor,
é canção de mil beijos escondidos,
com os lábios entreabertos... vencidos...
Sinto falta e não sei o porquê,
sinto falta e não o que...
Falta teu coração, falta tua boca...
falta o corpo que eu quero,
e que não vejo, mas venero...
falta enfim você...
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