Rebelde, deixo alçar vôo um beijo meu na noite turva
que suave pousa sobre o teu corpo agora inerte.
Há uma prece em teus poros, portas nuas de desejo
te surpreendo assim feliz, sob anis gotas de Lua.
Repousa o anjo e o coração, compasso brando, amor saciado
mas a sede é minha insônia, calvário em ondas, te procuro
exploro ébrio o teu deserto, perpasso o branco imaculado
te trago à vida em contraponto, abraço morno, cais profundo.
Então, sorriso farto, se abre a rosa ofegante
dança bela a existência, presente à vida em voz arfante
castanha chuva de estrelas: tuas lágrimas de volúpia.
Que venha a noite nos tombar, inércia azul, no tempo em curva
onde velo o teu sono, em doce afago, até o instante
em que outro beijo meu te busca, vôo lento, à luz da Lua.
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