Não acertava pois para ele, a vida não era jogo. Combinava e até adiantava algo que, por ventura não conseguisse executar no dia. Diante das oportunidades que ali se apresentavam, a única que mais o interessava, era saber que nada lhe seria promissor se ao toque, não irradiasse vida. Vida que, de tantos períodos vividos não tinha mais a energia que lhe coroava de entusiasmo. Após o bulliyng familiar, não conseguia soltar dos laços das raízes que haviam lhe sufocado. Não conseguia imaginar um dia que tivesse resgatado sua cidadania e dignidade furtadas pelos algozes que hoje estavam a observar-lhe o comportamento de um perfeito monje. Isolado, mas certo da convicção de que só, era a opção adequada ao seu momento de como a partir daquele instante, deveria encarar a vida. Tudo era factível desde quando soube do golpe que estabeleceu e alterou o rumo de sua forma de ver quão vulnerável todo ser é. A questão era o que deveria ser feito após perceber que não se deve confiar em todos, principalmente quando desse universo, fazem parte o sangue que lhe percorre as veias e que nem tudo é em vão no vão da desconfiança. Diante das circunstâncias, aprendeu que o chão é uma bandeja de ovos em promoção e que as ave Marias nem sempre suplicam com a veemência de um fiel. Tudo lhe era temível e inspirava a audácia de um combate a um possível inimigo que surgisse inalando o mesmo ar. Tinha a fúria contida embora temesse um dia arremessá-la ao primeiro ator que resgatasse de volta, sua experiência inevitável e amarga. Entretanto, enquanto vivia, procurava seguir em frente com a cautela peculiar que a vida havia lhe imprimido e diante dos fatos, saberia que todo o impulso deveria ser controlado pois nada traria de volta, o brilho e a alegria de confiar.