Dantas tocou no assunto,
Em mote de qualidade,
Levantou uma verdade
E a ele eu me junto,
Aos cordelistas, pergunto
Se estão d’acordo ou não,
Co’a brilhante afirmação
Desse mestre que afiança:
Há sempre uma criança
Dentro em cada coração.
Ele conta as brincadeiras
Que faz com a criançada,
Faz jogo, conta piada,
Passando tardes inteiras
Nas puras e verdadeiras
Companhias do sertão,
A buscar inspiração
A todo cordel que lança.
Há sempre uma criança
Dentro em cada coração.
Diz do trabalho e lazer,
Alegre como um menino,
Colhe da vida o ensino,
Dando-nos a conhecer
Obras que, com prazer,
Lemos, em profusão.
Aproveita a diversão,
Entra no canto e na dança.
Há sempre uma criança
Dentro em cada coração.
Descreve essa petizada,
Que, como ninguém, conhece,
Rima, faz e acontece,
Vibra e dá gargalhada,
Lembrando a garotada.
Faz os versos, qual canção,
Tomado duma emoção
Que nossa alma alcança,
Há sempre uma criança
Dentro em cada coração.
Receba, poeta brilhante,
Nessas estrofes sinceras,
Por tudo que já fizeras,
A homenagem marcante
De quem, talvez, adiante,
Com jeito e dedicação,
Pise, do cordel, o chão,
Cantando paz e esperança.
Há sempre uma criança
Dentro em cada coração.
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