Mais uma vez aqui estamos,
Para este bom treinamento.;
Esperamos terminar,
Não sendo nenhum tormento.
Nós não temos pretensões
De escrever algo maior:
Tão-só queremos que o amigo
Se proteja do pior.
As notas que lhe ditamos
Estão tão-só rascunhadas.;
Não vá pensar que as quadrinhas
São perfeitas, acabadas.
Aproveitamos o ensejo
De sua disposição,
P’ra demonstrar o desejo
De conseguir perfeição.
Veja que estamos levando
O verso com certo ardor.;
Estamos até rimando,
Alternando com amor.
Se parecemos brincar,
Pondo o bom treino de lado,
É que queremos deixar
Nosso irmão despreocupado.
Estas quadrinhas de agora
Estão um pouco melhores,
Pois está chegada a hora
De pintar com novas cores.
Lá fora, chuva bem grossa
Molha casas e jardins.;
Dentro esta frase se adoça:
São anjos e querubins.
— Que tal está sendo o dia? —
Responda, caro escrevente.
Era o que você pedia,
Em suas preces p’ra gente.
Mais um pouco e nós iremos
Cantar noutra freguesia.;
Assim nos despediremos:
Vamos voltar outro dia.
Estranha o amigo a quantia
Produzida nesta data.;
Garantimos a poesia,
Mas não um ata e desata.
Agora é definitivo:
Queira aceitar meu adeus.;
Não fique bravo comigo,
Dê bom abraço nos seus.
P’ra você o nosso agrado,
Do fundo do coração.;
Termine a obra do dia,
Rezando bela oração.
Você diz: “Só mais um pouco.
Faça uma nova quadrinha,
Pois de poeta e de louco
Quem é que um pouco não tinha?!”
Lembre-se, amigo, do dia
Em que Deus findou a obra.
Liberte-se da agonia,
Preserve o tempo que sobra.
Não acha você, irmão,
Que, apesar deste alvoroço,
Está faltando emoção
No coração deste moço?
Eis aí um bom exemplo
De quadrinha alvissareira.;
Suspendamos, pois, a tempo
A tarefa rotineira.
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