Ouço passos na calçada,
são passadas curtas,
de pés que se movimentam
inquietos pelas ruas,
pelo mundo nas horas,
dos momentos que não existem,
com a feliz insanidade,
do meu amor profundo.
Se há mares nos teus braços,
neles eu mergulho loucamente,
vou desmanchando o tratado,
nadando até o centro de tua alma,
que quase não consigo,
por estar muito cansado.
Nadando tal uma nau à deriva,
nadando ao léu,
num vai e vem constante,
buscando o coração,
que por castigo ameaça,
sem dar-me o merecido perdão. |