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Poesias-->O vento e o maná -- 16/08/2003 - 03:56 (Sandra Moreira Ebisawa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Quando senti teu corpo dentro de meu abraço...

Pareceu-me faltar o ar...A sensação da sua presença não estava lá.

Minha boca já não pode sentir o sabor da sua alma me beijando...

Meu peito sentia como se seu corpo fosse um vácuo entre meus braços...

Um corpo sem alma, sem pulsação.

Por uns segundos tive a sensação de estar sem ar.

Há quanto tempo você se foi? Quando você desistiu desse amor delicado?



Talvez essas minhas palavras já não mais ecoem dentro de seu coração...

Tenho a sensação de estar escrevendo sobre alguém que só existiu em minha imaginação.

Mas foram as minhas palavras e atitudes que preencheram a falta de conteúdo que havia...

Ah...Eu falei tanto...

Eu quis manter a chama que eu produzia para que você se aquecesse...

De tantas maneiras eu tentei fazer brilhar entre nós, o amor que sinto...

Dei sentido ao que não havia nem palavras...

Ofereci minha voz ao teu silencio afetivo e acreditei que era a sua voz...

Ofereci meu corpo para o teu prazer e fui a tua terra fértil para que você pudesse semear teus frutos...

E que frutos você semeou! Lindos frutos...

Porém, não me foi dado o prazer de saboreá-los com você.



Fui a mãe que te ensinou sobre a dor e a compaixão. Fui a irmã que te fez perdoar e pedir perdão.

Fui a cortesã que te ensinou sobre o tesão da mulher...

Fui eu quem te mostrou o sentido da palavra DESEJO e o pronunciei sobre seu corpo com a intensidade e a devoção de uma virgem...

Permiti que penetrasse em minhas entranhas e bebesse todo o liquido do meu prazer. Você saboreou o nectar de meu desejo mais puro.



Foi em meu corpo que seu desejo se alastrou e banhou de amor meus seios, o meu ventre e o meu coração.



Fui o caminho que o levou para as profundezas de si mesmo...

Fui tua testemunha ocular...

Eu dei corpo e voz à tua dor e também ao teu prazer...

Você resnasceu de suas cinzas e passou a existir por dentro...

Como uma entidade que sente e pensa no que sente.



Você é um daqueles que se parecem com os moinhos abandonados...

E eu fui o vento que soprou forte o suficiente para fazê-lo girar de novo...

Com isso nasceu em ti a possibilidade de ser e expressar-se...Brotou em você a semente da generosidade.



Se agora, alguém chegar com o trigo em grão, você poderá produzir a farinha, assar o pão e finalmente comungar o maná do seu deserto.



Hoje...Vejo-me distante...Confinei minhas palavras nesse papel... e nunca mais as pronunciarei em viva voz para ti. Não mais você ouvirá meus gemidos de dor ou de prazer. E mesmo que você não saiba, esses gritos jamais desaparecerão de sua alma. Você os possui. Eles nasceram da química da nossa união.



Olho de longe a trajetória do seu coração...

Sei que nossos momentos estarão fazendo parte de cada carinho de suas mãos, de cada olhar amoroso e de cada palavra, que esse seu coração que um dia foi como um moinho abandonado, pronunciar.



Sei que estou e sempre estarei na tua retaguarda...Dando suporte e estrutura afetiva para que você possa seguir em frente.



Meu coração se ressente por ter que abrir mão dos frutos da semente que plantou...

Ele gostaria de estar no seu presente e no futuro...Se sente parte de você.



Mas aos poucos ele está aprendendo o valor de ter podido movimentar esse moinho abandonado... Que a força está no meu coração...que o "vento" sou eu... soprei em você o meu sopro mais intenso...Fiz o que precisava ser feito...E sigo em frente... Talvez eu tenha nascido para ser o seu passado. Nasci para fazer rodarem os velhos moinhos abandonados.



Mas tenho a esperança de que um dia desses um velho moinho me faça a eleita do seu maná e me ofereça, com mãos generosas, o resultado de seu coração desperto.



Irremediavelmente romântica.; não luto mais contra a minha natureza... Despeço-me de nós para ir ao encontro do meu destino...Tchau, coração, boa "viagem" e cuide-se bem.





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