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cronicas-->OS ESCRITORES E A ACADEMIA -- 15/12/2002 - 14:24 (Luiz Carlos Amorim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Com a eleição de Paulo Coelho para ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras, neste ano de 2002, veio à tona, com mais força do que nunca, o questionamento sobre os critérios usados para que alguém seja eleito "imortal". O "Mago" é um campeão de vendas, publicado inclusive em outros países, mas as opiniões se dividem. Há um segmento do público que tem dúvida a respeito do valor literário da obra do escritor. Verdade que ele sempre teve a mídia a seu favor - e não estou falando de crítica literária, e sim da "máquina" que massifica. No entanto, um público como o que compra os seus livros não pode estar totalmente errado. Não estou defendendo a escolha desse público, na verdade nunca consegui ler um livro de Paulo Coelho até o fim, mas há que se reconhecer a sua popularidade.
Se verificarmos os escritores que ocupam ou ocuparam as quarenta cadeiras da Academia Brasileira de Letras, veremos que há outros nomes de políticos, diplomatas, religiosos, advogados, que talvez não devessem estar ali.
E se formos mais observadores ainda, veremos que há nomes de grandes escritores brasileiros, como Mário Quintana, Carlos Drummond de Andrade, Cora Coralina e outros, que não se tornaram imortais. Será que não tinham qualificações para tal?
Carlos Drummond de Andrade, sabemos, era avesso às badalações e exposição e não deve ter querido entrar para a Academia, provavelmente. Mas Quintana candidatou-se três vezes e desistiu. Depois da terceira tentativa malograda, inclusive, ele escreveu o seu famoso "Poeminha do Contra": "Todos esses que aí estão / atravessando meu caminho, / eles passarão... / eu passarinho!"
Zélia Gatai, por exemplo, independentemente de suas qualidades como escritora, teria sido eleita se não fosse a viúva do nosso saudoso Jorge Amado? José Sarney, se não tivesse sido presidente, teria vestido o fardão?
Existem nomes, dentre os atuais ocupantes de algumas das cadeiras da Academia Brasileira de Letras que são ilustres desconhecidos para a maioria de nós, pobres mortais. Isso, é claro, não lhes tirar o mérito da obra.
Verificando os estatutos da instituição, constatamos que os critérios não são tão claros quanto poderiam ser. No artigo primeiro, lemos que ela "tem por fim a cultura da língua nacional..." Ótimo. No artigo segundo, está escrito que "só podem ser membros efetivos da Academia os brasileiros que tenham, em qualquer dos gêneros de literatura, publicado obras de reconhecido mérito ou, fora desses gêneros, livro de valor literário." Quando o estatuto cita "obras de reconhecido mérito", não especifica se é necessário que essas obras estejam publicadas em livro. Fica implícito, então, que a obra pode ter sido publicada em qualquer lugar: em jornais, revistas, antologias, etc. E quando diz "qualquer dos gêneros de literatura" e depois "fora desses gêneros, livro de valor literário", a coisa fica meio confusa. Se é qualquer dos gêneros literários, pode haver algum livro com valor literário fora desses gêneros? Será que isso não causou nenhuma dúvida até agora?
No artigo quatorze, a coisa se repete: "O membro efetivo será eleito, nas condições do art. segundo, dentre os brasileiros que tenham publicado, em qualquer gênero de literatura, obra de reconhecido mérito ou, fora desses gêneros, livro de valor cultural. Mudou pouca coisa, e a dúvida continuou. Talvez tenha sido proposital uma certa maleabilidade.
Maleabilidade para que possa acontecer, em alguns casos, uma escolha mais política do que por méritos culturais ou literários. Em detrimento dos bons e consagrados escritores que merecem tal deferência.




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