CADELA REIMOSA
Raul Pereira Monteiro
Outro dia uma cadela,
Sem correr atrás de mim,
Agarrou-me, mesmo assim,
Crivando minha canela.
Antes mesmo fosse um cão,
Porquanto, depois da cena,
Eu não sentiria pena
Nem relevava a agressão.
Agia, sim, com rigor;
O pescoço lhe quebrava,
E também mandava às favas
A quem fosse a seu favor.
Cadela assim é vadia,
E essa tem focinho curto –
Sinal que morde de furto,
Ataque de covardia.
Mas eu já disse – é cachorra,
E não o macho da “égua”
Se fosse eu andava légua
Para matá-lo na porra.
Raul Pereira Monteiro (80 anos) Alegre e brincalhão. - Alagoano de Santana do Ipanema, radicado na Paraíba. Primeiro em Campina Grande depois em João Pessoa-Pb, onde reside atualmente. Agente Fiscal do Estado da Paraíba. Formado em Ciências Jurídicas. Poeta e escritor, com obras publicadas, inclusive um romance: “Quando a vida era mais doce”. Faz trovas, sonetos e poesias rimadas em geral. Obras: Mosaico Poético (poesia); Imagens do meu Caminho (poesia); Espinhos na Estrada (estórias diversas em prosa); Lembranças ( histórias do passado). No prelo: Nunca mais e Arengas Mesquinhas.
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