Usina de Letras
Usina de Letras
232 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62152 )

Cartas ( 21334)

Contos (13260)

Cordel (10448)

Cronicas (22529)

Discursos (3238)

Ensaios - (10339)

Erótico (13567)

Frases (50554)

Humor (20023)

Infantil (5418)

Infanto Juvenil (4750)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140786)

Redação (3301)

Roteiro de Filme ou Novela (1062)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1958)

Textos Religiosos/Sermões (6176)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->Roda Mundo, Roda Gigante, Roda Moinho -- 24/04/2002 - 21:13 (Domingos Oliveira Medeiros) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos




Existe, na ciência da Administração, um conceito de organização e métodos segundo o qual há que haver, sempre, um lugar para cada coisa, e, cada coisa, deverá estar, sempre, no seu devido lugar.



Do mesmo modo, há lugares em nossas vidas que são adequados para determinadas ações ou atitudes. O banheiro, por exemplo, para um grande número de pessoas é o lugar ideal para, além disso, do que seria normal, o lugar para cantar. O lugar onde nossos dons artísticos são testados. Sem qualquer compromisso com a fama. Simplesmente pelo prazer ou também pela mania de cantar.



E dizem que quem canta seus males espanta. Não sei se é verdade o dito popular. Mas aprendi algo mais sobre essa mania. Pelo que se canta, pelo repertório do cantor de banheiro, dá para saber algumas coisas sobre o seu passado e o seu presente. Às vezes dá para chutar a idade do cantor. Mas, no caso da idade, tem-se que tomar cuidado. Nem sempre a idade da canção tem a ver com a idade de quem está cantando. Pode ser um jovem estudioso de música popular brasileira. , Mas, evidentemente, pode ser um coroa de cabelos grisalhos, lembrando-se de seus bons tempos. Ou pode até ser um pouco mais velho, e cantar as canções de Renato russo, por exemplo. O melhor mesmo, em se tratando de idade, é deixar de fora as especulações sobre ela. Pelo menos em relação à idade cronológica. E nos concentrarmos na idade mental, que não depende do tempo.



Se é verdade que nós somos o resultado do que comemos, do que bebemos e do que pensamos, não menos verdade seria dizer, em tese, que também poderíamos ser o resultado do que ouvimos. E, neste sentido, a música exerce uma enorme influência em nossa formação. Música e perfume nos trazem lembranças. E essas lembranças, de certa forma, boas ou más, ajudam a moldar e a formar o tipo de pessoa que somos, ou que estamos sendo. E continuam, por tempo indeterminado, a exercer influência sobre cada um de nós. Tenho minhas reservas com quem não gosta de cantar. Ou, até mesmo, de cantarolar. De assobiar. Ainda que desafinado seja. Mas isso é outra história.



Prefiro acreditar que a grande maioria das pessoas trazem o seu arquivo musical bem guardado. Sons, frases, perfumes e poesias, em quantidades variadas, que não os tem? Agora mesmo, depois do banho, estava revendo o meu arquivo musical. E cantei poesias que hoje fazem parte do meu ser. Frases que ouvi, que vivi. Como essas deste banho de agora: “A noite está tão fria, chove lá fora, e esta saudade imensa, não vai embora”. “Olha que coisa mais linda, que coisa mais bela”. “É, só tinha que ser com você, você que é bonita demais. É, você que é feita de azul, me deixa morar com você.” “Solidão, é o que sinto na alma, solidão, eu preciso aprender a ser só.” “Nosso amor que eu não esqueço, e que teve o seu começo, numa noite de São João, morre hoje sem foguete, sem luar e sem violão.” “Cansado de tanto amar, eu quis um dia criar, na minha imaginação, uma mulher diferente, de olhar e voz envolvente, que atingisse a perfeição”. “Mas o malandro, dizem as más línguas, aposentou a navalha, que ele agora trabalha, mora no morro e chacoalha no trem da Central.” “Será que vamos conseguir vencer?. Será que é tudo isso em vão?.” “Nos perderemos entre monstros da nossa própria criação.” “A burguesias fede.” “O teu amor é uma mentira que minha vaidade quer.” Não falem dessa mulher perto de mim.” “E a meninada toda se assanhou prá ver a banda passar cantando coisas de amor”. “Não chore ainda não que eu tenho um violão, felicidade aqui pode passar aqui e querer ficar”. “Estava à toa na vida “Mas que bobagem, as rosas não falam. Simplesmente exalam o perfume que roubam de ti.” “Ainda é cedo amor, mal começastes a conhecer a vida, mas já anuncias a hora da partida, sem saber o rumo que irá tomar.” “Preste atenção, querida, o mundo é um moinho, vai triturar teus sonhos tão mesquinhos, vai reduzir tuas ilusões a pó.” “E há tempos são os jovens que adoecem...E há tempos o encanto está ausente, e há ferrugem nos sorrisos e só o acaso estende os braços a quem procura abrigo e proteção.” “Você era a mais bonita das cabrochas desta ala, você era a favorita, hoje a gente nem se fala, mas a festa continua, hoje o samba saiu , procurando você.” Com açúcar e com afeto, fiz seu doce predileto prá você parar em casa. Prá você comemorar. Sei lá o quê. Sei que alguém vai sentar junto, você vai puxar assunto, e discutir o futebol”. Logo vou esquentar seu prato dou um beijo em seu retrato, com açúcar e com afeto. A Rita levou meu sorriso e os meus vintes anos, e além de tudo me deixou mudo o violão”. Cara de palhaço, pinta de palhaço, foi o que restou prá mim”. Tanto riso, tanta alegria, mais de mil palhaços nos salões.” “Toda a cidade anda esquecida da falsa vida da avenida.” E eu aqui tão só.





Domingos Oliveira Medeiros

24 de abril de 2002

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui