Caminhando pela estrada,
Ia o jovem distraído,
Quando ouviu, bem claramente,
Alguém falar-lhe ao ouvido.
Prestou bastante atenção.;
Falaram-lhe do caminho:
Pela estrada em que seguia,
Acabaria sozinho.
Resolveu dar atenção
Ao amigo da outra esfera.;
Determinou-se a seguir
Nova rota, sem espera.
Desse modo é que chegou
Ao destino salvo e são.;
Se só ficasse amuado,
Ia perder a razão.
Eis como se conta a história
Duma simples decisão.;
É que houve concordância:
Nem sempre ocorre assim, não.
Hoje, tentamos fazer
Uma breve narrativa,
Porém, nem tudo saiu
De acordo co’a tratativa.
Quando se vai escrever
Em simples forma de versos,
É preciso compreender
Que há temas muito perversos.
Vamos parar por aqui
No apresentar deste tema,
Já que é preciso dizer
Que temos o nosso lema.
Sempre que o amigo escrevente
Se sente mui constrangido,
É preciso espairecer,
P’ra voltar a ter sentido.
Outra vez titubeamos
Na apresentação da rima.;
Parece claro que o povo,
Neste versejar, não prima.
Foi preciso que este amigo
Que escreve a quadra por nós
Se intrometesse, bondoso,
Traduzindo a nossa voz.
Caminhando, certo dia,
Um jovem se viu perdido.
Saímos em seu socorro,
Mas, p’ra que nos desse ouvido,
Foi necessário inventar
Este sistema atrevido,
De versos, rimas e trovas,
Que tivesse algum sentido,
Para chamar-lhe a atenção
P’ro recado a ser trazido.
Achamos muito esquisito
Ter de repetir a rima
Parece não ter sentido
O que se escreveu acima.
Vamos ter de suspender
De vez a nossa jornada,
Pois já estamos mui cansados
De realizar quase nada.
Como último arremesso,
Teremos de agradecer,
O mediador, bom amigo,
Que nos vem oferecer
Os bons serviços de agora,
Na esperança de crescer
Na recepção mediúnica
Que a nós só cabe atender.
Adeus, caríssimo amigo,
Volte amanhã bem disposto,
Por certo, cá estaremos
Bem firmes em nosso posto,
Para lhe dar a alegria
Duma poesia com gosto.
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