Com JOSÉ DANTAS na pista
Deste cordel enrolado
Que vez por outra desfio
Num estilo tão desbotado
A inspiração veio tosca
E saiu à revelia
Querendo dar seu recado
Não me importando se aqui
Quebra a mão ou racha o pé
Pra isso peço que venha
Patativa do Assaré
Esse quando diz não mente
Vai dando seu recadinho
Bulindo sempre com a gente
Malubarni diz faceira
Que escrever é intuir
Não se mede o sentimento
Da inspiração a fluir
Que dá o sabor à palavra
Idéias puras e afins
Intentando sua lavra
No fio de José Dantas
Que amarra com perfeição
Vim tecer humildes versos
Ditados à inspiração
São palavras de carinho
Da tecla para o cordel
Vieram bem de mansinho
Do rascunho sem labor
Vão-se as regras pro inferno
Com pé – de pé – ou sem pé
Eis o meu cordel “moderno”
Mergulhado na cachaça
Na orfandade de seus versos
Minha rima se entrelaça...
Quando olhei para o espaço do cordel, vislumbrei brilhos de lantejoulas e paetês... Mas, também... Com José Dantas na pista, todos se tornam “marginais” e dão o espaço inteiro para o mestre!
Só “me abuso no cordel” ante uma motivação peculiar. E hoje, José Dantas, você foi minha doce inspiração. Portanto, a você dedico este “Cordel Rebelde”.