Lágrima
Elane tomich
Há uma brisa em desalento
no cair das folhas de outono
lágrimas sólidas e pálidas
passeiam em meus olhos o lamento
choro seco, de amor-abandono.
O vento suspira
meu suspirar aspira
vapor úmido de fragrância
que fundo... tão fundo!
Descansa
no poço fundo
de um saborlargado na infãncia.
A bem da verdade,
ai , quanta saudade!
Está tudo às avessas!
Enquanto isto, você versa
sobre todos os profanos rituais,
mundanos roteiros teatrais
das muitas artes do coração,
ritmos e danças da paixão.
Como se viver, meu amor,
fosse para você,
estancar rios, fontes e reter
sonhos de qualquer matiz
apenas habitando
a intenção de querer!
No cotidiano, negando
aquilo que sempre se quis,
que é se despir, que é se dispor.
Elane Tomich......2001
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